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Última atualização em Terça, 21 de Novembro de 2023, 10h02 | Acessos: 92073

Índice de Artigos

 


A Diretoria de Epidemiologia e Informações em Saúde (DEPIS) é responsável pela vigilância epidemiológica das doenças e agravos de notificação, conforme disposto na Portaria nº 104, de 25 de janeiro de 2.011, do Ministério da Saúde; pela vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT), cujas ações prioritárias são estabelecidas na Portaria Ministerial nº 687, de 20 de março de 2.006; pelo desenvolvimento do Programa Nacional de DST/Aids; pelo desenvolvimento de ações relacionadas ao Programa Nacional de Imunização e, também, pelo processamento e análise dos dados epidemiológicos.

4º LIRAa - 2022

Coordenadora: Suzana Verlingue
Endereço: Rua Atilio Octavio Bizatto, 480 - Vila Siam, Londrina - PR, 86039-395
Telefone: 3372 -9470e                 e-mail: O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
Horário e funcionamento: 7:00 às 13:00

 

Aids (CID 10 - B20 a B24)

A Aids é uma doença que representa um dos maiores problemas de saúde da atualidade, em função do seu caráter pandêmico e de sua gravidade. Os infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) evoluem para uma grave disfunção do sistema imunológico, à medida em que vão sendo destruídos os linfócitos T CD4+, uma das principais células alvo do vírus. A contagem de linfócitos T CD4+ é um importante marcador dessa imunodeficiência, sendo utilizada tanto para estimar o prognóstico e avaliar a indicação de início de terapia antiretroviral (TARV), a qual foi iniciada no Brasil em 1996, resultando em um aumento da sobrevida dos pacientes, mediante reconstrução das funções do sistema imunológico e redução de doenças secundárias e, consequentemente, melhorando a qualidade de vida dos pacientes. Uma das prioridades do Programa Nacional de DST e Aids é a redução da transmissão vertical do HIV. Resultados animadores vêm sendo observados a partir da instituição de protocolos de tratamento da gestante/parturiente e criança exposta, à qual, além da quimioprofilaxia com antiretrovirais, deve ser alimentada com fórmula infantil desde o nascimento até a confirmação do seu status sorológico.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 77. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Botulismo (CID 10 - A05.1)

O Botulismo é uma doença não-contagiosa, resultante da ação de potente neurotoxina. Apresenta-se sob três formas: Botulismo Alimentar, Botulismo por Ferimentos e Botulismo Intestinal. O local de produção da toxina botulínica é diferente em cada uma dessas formas, porém todas se caracterizam clinicamente por manifestações neurológicas e/ou gastrintestinais. É uma doença de elevada letalidade, considerada como emergência médica e de saúde pública. Para minimizar o risco de morte e sequelas, é essencial que o diagnóstico seja feito rapidamente e o tratamento instituído precocemente por meio das medidas gerais de urgência. Suas manifestações clínicas são de acordo com o modo de transmissão.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 99. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Cólera (CID 10 - A00)

Infecção intestinal aguda, causada pela enterotoxina do bacilo da Cólera Vibrio cholerae, frequentemente assintomática ou oligossintomática, com diarréia leve. Pode se apresentar de forma grave, com diarréia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e cãimbras. Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose, colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal à infecção.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 117. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Coqueluche (CID 10 - A37)

Doença infecciosa aguda e transmissível, de distribuição universal, que compromete especificamente o aparelho respiratório (traquéia e brônquios) e se caracteriza por paroxismos de tosse seca. Ocorre sob as formas endêmica e epidêmica. Em lactentes pode resultar em número elevado de complicações e até morte. A doença evolui em três fases sucessivas: fase catarral, fase paroxística e fase de convalescença.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 121. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Dengue (CID 10 - A906)

Doença infecciosa febril aguda, que pode ser de curso benigno ou grave, dependendo da forma como se apresente. A primeira manifestação do Dengue é a febre, geralmente alta (39°C a 40°C), de início abrupto, associada à cefaléia, adinamia, mialgias, artralgias, dor retro-orbitária, com a presença ou não de exantema e/ou prurido. Anorexia, náuseas, vômitos e diarréia podem ser observados por 2 a 6 dias. As manifestações hemorrágicas, como epistaxe, petéquias, gengivorragia, metrorragia, hematêmese, melena, hematúria e outras, bem como a plaquetopenia, podem ser observadas em todas as apresentações clínicas de Dengue. Alguns pacientes podem evoluir para formas graves da doença e passam a apresentar sinais de alarme da Dengue, principalmente quando a febre cede, precedendo manifestações hemorrágicas mais graves. É importante ressaltar que o fator determinante nos casos graves de Dengue é o extravasamento plasmático, que pode ser expresso por meio da hemoconcentração, hipoalbuminemia e/ou derrames cavitários. As manifestações clínicas iniciais da Dengue grave denominada Dengue Hemorrágica são as mesmas descritas nas formas clássicas da doença. Entre o terceiro e o sétimo dia do seu início, quando da defervescência da febre, surgem sinais e sintomas como vômitos importantes, dor abdominal intensa, hepatomegalia dolorosa, desconforto respiratório, letargia, derrames cavitários (pleural, pericárdico, ascite), que indicam a possibilidade  de evolução do paciente para formas hemorrágicas severas. Em geral, esses sinais de alarme precedem as manifestações hemorrágicas espontâneas ou provocadas (prova do laço positiva) e os sinais de insuficiência circulatória, que podem existir na FHD. A Dengue na criança, na maioria das vezes, apresenta-se como uma síndrome febril com sinais e sintomas inespecíficos: apatia, sonolência, recusa da alimentação, vômitos, diarréia ou fezes amolecidas.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 131. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Difteria (CID 10 - A36)

Doença transmissível aguda, toxi-infecciosa, causada por bacilo toxigênico que, frequentemente, se aloja nas amígdalas, faringe, nariz e, ocasionalmente, em outras mucosas e na pele. A manisfestação clínica típica é a presença de placas pseudomembranosas branco-acinzentadas aderentes, que se instalam nas amígdalas e invadem estruturas vizinhas (forma faringo-amigdaliana ou faringotonsilar - angina diftérica). Essas placas podem se localizar na faringe, laringe (laringe diftérica) e fossas nasais (rinite diftérica), e, menos frequentemente, na conjuntiva, pele, conduto auditivo, vulva, pênis (pós-circuncisão) e cordão umbilical. A doença se manifesta por comprometimento do estado geral do paciente, com prostração e palidez. A dor de garganta é discreta, independentemente da localização ou quantidade de placas existentes, e a febre normalmente não é muito elevada (37,5°C a 38,5°C). Nos casos mais graves, há intenso aumento do pescoço (pescoço taurino), por comprometimento dos gânglios linfáticos dessa área e edema periganglionar nas cadeias cervicais e submandibulares. Dependendo do tamanho e localização da placa pseudomembranosa, pode ocorrer asfixia mecânica aguda no paciente, o que muitas vezes exige imediata traqueostomia para evitar a morte. O quadro clínico produzido pelo bacilo não-toxigênico também determina a formação de placas características, embora não se observe sinais de toxemia ou ocorrência de complicações. Entretanto, as infecções causadas pelos bacilos não-toxigênicos têm importância epidemiológica por disseminar o Corynebacterium diphtheriae. Os casos graves e intensamente tóxicos são denominados de Difteria Hipertóxica (maligna) e apresentam, desde o início, importante comprometimento do estado geral, placas com aspecto necrótico e pescoço taurino.

Fonte: Doenças Infecciosas Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 139. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Doença de Chagas (CID 10 - B57)

Doença parasitária com curso clínico bifásico (fases aguda e crônica), podendo se manifestar sob várias formas. Fase Aguda: caracterizada por miocardite difusa, com vários graus de severidade, às vezes só identificada por eletrocardiograma ou ecocardiograma. Pode ocorrer pericardite, derrame pericárdico, tamponamento cardíaco, cardiomegalia, insuficiência cardíaca congestiva, derrame pleural. As manifestações clínicas mais comuns são: febre prolongada e recorrente, cefaléia, mialgias, astenia, edema de face ou membros inferiores, rash cutâneo, hipertrofia de linfonodos, hepatomegalia, esplenomegalia, ascite. Manifestações digestivas (diarréia, vômito e epigastralgia intensa) são comuns em casos por transmissão oral; há relatos de icterícia e manifestações digestivas hemorrágicas. Em casos de transmissão vetorial, podem ocorrer sinais de porta de entrada: sinal de Romaña (edema bipalpebral unilateral) ou chagoma de inoculação (lesão a furúnculo que não supura). A meningoencefalite, que é rara, tende a ser letal, e ocorre geralmente em casos de reativação (imunodeprimidos) ou em lactentes. Alterações laboratoriais incluem anemia, leucocitose, linfocitose, elevação de enzimas hepáticas, alteração nos marcadores de atividade inflamatória (velocidade de hemossedimentação, proteína C-reativa, etc.). Relatos em surtos de transmissão por via oral demonstraram a ocorrência de icterícia, lesões em mucosa gástrica, alterações nas provas de coagulação e plaqueotopenia.

Fonte: Doenças Infecciosas Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 145. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Doença Meningocócica (CID 10 - A39)

A Doença Meningocócica (DM) é uma entidade clínica que apresenta diversas formas e prognósticos. Há relatos de que a DM pode se apresentar sob a forma de doença benigna, caracterizada por febre e bacteremia, simulando uma infecção respiratória, quase sempre diagnosticada por hemocultura. Porém, em geral, o quadro é grave, a exemplo de septicemia (meningococcemia), caracterizada por mal estar súbito, febre alta, calafrios, prostração, acompanhada de manifestações hemorrágicas na pele (petéquias e equimoses), e, ainda, sob a forma de meningite, com ou sem meningococcemia, de início súbito, com febre, cefaléia intensa, náuseas, vômitos e rigidez de nuca, além de outros sinais de irritação meníngea (Kernig e Brudzinski). O paciente pode apresentar-se consciente, sonolento, torporoso ou em coma. Os reflexos superficiais e osteotendinosos estão presentes e normais. Outra apresentação é a meningoencefalite, na qual ocorre depressão sensorial profunda, sinais de irritação meníngea e comprometimento dos reflexos superficiais e osteotendinosos. Delírio e coma podem surgir no início da doença, ocorrendo, às vezes, casos fulminantes, com sinais de choque. Lactentes raramente apresentam sinais de irritação meníngea, o que leva à necessidade de se observar febre, irritabilidade ou agitação, grito meníngeo e recusa alimentar, acompanhados ou não de vômitos, convulsões e abaulamento da fontanela.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 158. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Esquistossomose Mansônica (CID 10 - B65)

A Esquistossomose Mansônica é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, cuja sintomatologia clínica depende de seu estágio de evolução no homem. A fase aguda pode ser assintomática ou apresentar-se como dermatite cercariana, caracterizada por micropápulas eritematosas e pruriginosas, até cinco dias após a infecção. Com cerca de 3 a 7 semanas após a exposição, pode ocorrer a febre de Katayama, caracterizada por linfodenopatia, febre, anorexia, dor abdominal e cefaléia. Esses sintomas podem ser acompanhados de diarréia, náuseas, vômitos ou tosse seca, ocorrendo hepatomegalia. Após seis meses de infecção, há risco do quadro clínico evoluir para a fase crônica.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 171. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Febre Amarela (CID 10 - A95)

Doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e gravidade variável. Apresenta-se como infecções subclínicas e/ou leves, até formas graves, fatais. O quadro clínico tem evolução bifásica (período de infecção e de intoxicação), com início abrupto, febre alta e pulso lento em relação à temperatura (sinal de Faget), calafrios, cefaléia intensa, mialgias, prostração, náuseas e vômitos, durando cerca de 3 dias, após os quais se observa remissão da febre e melhora dos sintomas, o que pode durar algumas horas ou, no máximo, 2 dias. O caso pode evoluir para cura ou para a forma grave (período de intoxicação), caracterizada pelo aumento da febre, diarréia e reaparecimento de vômitos com aspecto de borra de café, instalação de insuficiência hepática e renal. Surgem também icterícia, manifestações hemorrágicas (hematêmese, melena, epistaxe, hematúria, sangramento vestibular e da cavidade oral, entre outras), oligúria, albuminúria e prostração intensa, além de comprometimento do sensório, que se expressa mediante obnubilação mental e torpor com evolução para coma. Epidemiologicamente, a doença pode se apresentar sob duas formas distintas: Febre Amarela Urbana (FAU) e Febre Amarela Silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra pela localização geográfica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 179. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Febre Maculosa Brasileira (CID 10 - A77.0)

Doença infecciosa febril aguda, de gravidade variável, podendo cursar desde formas leves e atípicas até formas graves com elevada taxa de letalidade. O início, geralmente, é abrupto e os sintomas são inicialmente inespecíficos, incluindo: febre elevada, cefaléia, mialgia intensa, mal estar generalizado, náuseas e vômitos. Em geral, entre o segundo e o sexto dia da doença, surge o exantema maculopapular, predominantemente nas regiões palmar e plantar, que pode evoluir para petéquias, equimoses e hemorragias. O exantema é um importante e fundamental achado clínico, porém sua presença não deve ser considerada a única condição para fortalecer a suspeita diagnóstica, pois pode estar ausente, o que dificulta e retarda o diagnóstico e tratamento, determinando maior número de óbitos. Nos casos graves, é comum a presença de edema de membros inferiores, hepatoesplenomegalia, manisfestações gastrintestinais, como náuseas, vômitos, dor abdominal e diarréia, manifestações renais como oligúria e insuficiência renal aguda, manifestações pulmonares com tosse, edema pulmonar, pneumonia intersticial e derrame pleural, manifestações neurológicas e hemorrágicas, como petéquias, sangramento muco-cutâneo, digestivo e pulmonar. Pacientes não tratados precocemente podem evoluir para formas graves. Cerca de 80% desses, se não diagnosticados e tratados a tempo, evoluem para óbito.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 184. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Febre Tifóide (CID 10 - A01.0)

Doença bacteriana aguda, cujo quadro clínico apresenta-se geralmente com febre alta, cefaléia, mal estar geral, anorexia, bradicardia relativa (dissociação pulso-temperatura, conhecida como sinal de Faget), esplenomegalia, manchas rosadas no tronco (roséola tífica), obstipação intestinal ou diarréia e tosse seca. Pode haver comprometimento do sistema nervoso central. A administração de antibioticoterapia mascara o quadro clínico, impedindo o diagnóstico precoce e etiológico. A Febre Tifóide tem distribuição mundial e está associada a baixos níveis socioeconômicos, principalmente a precárias condições de saneamento.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 192. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Hanseníase (CID 10 - A30)

Doença crônica granulomatosa, proveniente de infecção causada pelo Mycobacterium leprae. Esse bacilo tem a capacidade de infectar grande número de indivíduos (alta infectividade), no entanto poucos adoecem (baixa patogenicidade); essas propriedades dependem de além das características intrínsecas do bacilo, de sua relação com o hospedeiro e o grau de endemicidade do meio. O alto potencial incapacitante da Hanseníase está diretamente relacionado ao poder imunogênico do M. leprae.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 208. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Hantaviroses (CID 10 - A98.5)

As Hantaviroses são antropozoonoses virais agudas, cujas infecções em humanos podem se manifestar sob várias formas clínicas, desde o modo inaparente ou como enfermidade subclínica, cuja suspeita diagnóstica fundamenta-se nos antecedentes epidemiológicos, até quadros mais graves e característicos, como a Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR), típica da Europa e da Ásia, e a Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH), detectada somente nas Américas. Nesta última síndrome observa-se febre, mialgia, dor dorso-lombar e abdominal, cefaléia intensa, náuseas, vômitos e diarréia. Achados laboratoriais mais comuns: linfócitos atípicos >10%, plaquetopenia (45%), infiltrado pulmonar difuso. Esta fase dura cerca de 1 a 6 dias, mas pode se prolongar por até 15 dias e regredir. Quando surge tosse seca, em geral é o início síndrome mais severa (fase cardiopulmonar), acompanhada por taquicardia, taquidispnéia e hipoxemia, que evoluem para edema pulmonar não cardiogênico, hipotensão arterial e colapso circulatório. RX com infiltrado intersticial difuso bilateral, enchimento alveolar, derrame pleural. O índice cardíaco é baixo e resistência vascular periférica elevada. Achados laboratoriais: leucocitose, neutrofilia com desvio à esquerda; linfopenia; hemoconcentração; plaquetopenia; redução da atividade protrombínica e aumento no tempo parcial de tromboplastina, elevação de TGO, TGP e DHL, hipoproteinúria, albuminemia, proteinúria; hipoxemia arterial. A letalidade é elevada, em torno de 40%.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 219. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Hepatite A (CID 10 - B15)

Doença viral aguda, de manifestações clínicas variadas, desde formas subclínicas, oligossintomáticas e até fulminantes (entre 2 a 8% dos casos). Os sintomas se assemelham a uma síndrome gripal, porém há elevação das transaminases. A frequência de quadros ictéricos aumenta com a idade, variando de 5 a 10% em menores de 6 anos, chegando de 70 a 80% nos adultos. O quadro clínico é mais intenso à medida que aumenta a idade do paciente.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 224. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Hepatite B (CID 10 - B16)

Doença viral que cursa de forma assintomática ou sintomática (até formas fulminantes). As formas sintomáticas são caracterizadas por mal-estar, cefaléia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga, artralgia, náuseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio direito e aversão a alguns alimentos e ao cigarro. A icterícia, geralmente, inicia-se quando a febre desaparece, podendo ser precedida por colúria e hipocolia fecal. Hepatomegalia ou hepatoesplenomegalia também podem estar presentes. Na forma aguda, os sintomas vão desaparecendo paulatinamente. Algumas pessoas desenvolvem a forma crônica mantendo um processo inflamatório hepático por mais de 6 meses. O risco de cronificação pelo vírus B depende da idade na qual ocorre a infecção. Assim, em menores de um ano chega a 90%, entre 1 e 5 anos de idade esse risco varia entre 20 e 50% e, em adultos, entre 5 e 10%. Portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida evoluem para a cronicidade com maior frequência.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 229. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Hepatite C (CID 10 - B17.1)

Doença viral com infecções assintomáticas ou sintomáticas (até formas fulminantes, raras). As Hepatites sintomáticas são caracterizadas por mal-estar, cefaléia, febre baixa, anorexia, astenia, fadiga, artralgia, náuseas, vômitos, desconforto no hipocôndrio direito e aversão a alguns alimentos e ao cigarro. A icterícia é encontrada entre 18 a 26% dos casos de hepatite aguda e inicia-se quando a febre desaparece, podendo ser precedida por colúria e hipocolia fecal. Pode, também, apresentar hepatomegalia ou hepatoesplenomegalia. Na forma aguda, os sintomas vão desaparecendo paulatinamente. A taxa de cronificação varia entre 60 e 90%, sendo maior em função de alguns fatores do hospedeiro (sexo masculino, imunodeficiências, idade maior que 40 anos). Em média, de um quarto a um terço dos pacientes evolui para formas histológicas graves, num período de 20 anos. Esse quadro crônico pode ter evolução para cirrose e hepatocarcinoma, fazendo com que o HCV seja, hoje em dia, responsável pela maioria dos transplantes hepáticos no Ocidente. O uso concomitante de bebida alcoólica, em pacientes portadores de HCV, determina uma maior propensão para desenvolver cirrose hepática.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 236. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Hepatite D (CID 10 - B17.8)

Doença viral aguda que pode evoluir para forma crônica, apresentar-se como infecção assintomática, sintomática ou como formas gravíssimas, inclusive com óbito. O vírus HDV ou delta é altamente patogênico e infeccioso. Pode ser transmitido junto com o HBV a indivíduos sem contato prévio com o HBV, caracterizando a co-infecção, ou pode ser transmitido a indivíduos já portadores de HBsAg, caracterizando a superinfecção. Na maioria dos casos de co-infecção, o quadro clínico manifesta-se como hepatite aguda benigna, ocorrendo completa recuperação em até 95% dos casos. Excepcionalmente, pode levar a formas fulminantes e crônicas de Hepatite. Na superinfecção, a cronicidade é elevada, chegando a 79,9%. O prognóstico é pior, pois o HDV encontra condição ideal para intensa replicação, podendo produzir grave dano hepático e evolução para cirrose hepática. A doença crônica cursa, geralmente, com períodos de febre, icterícia, epistaxe, astenia, artralgia e, principalmente, esplenomegalia.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 241. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Hepatite E (CID 10 - B17.2)

Doença viral aguda e autolimitada. Apresenta curso benigno, embora tenham sido descritos casos, principalmente em gestantes, com evolução para a forma fulminante. Apresenta-se de forma assintomática (usualmente em crianças) ou com sintomas semelhantes à Hepatite A, sendo a icterícia observada na maioria dos pacientes.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 246. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Influenza (CID 10 - J10 a J11)

A Influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do trato respiratório, com distribuição global e elevada transmissibilidade. Apresenta-se com início abrupto com febre, mialgia e tosse seca. Em geral, tem evolução autolimitada, de poucos dias. Sua importância deve-se ao caráter epidêmico e alta morbidade, com elevadas taxas de hospitalização em idosos ou pacientes portadores de doenças debilitantes crônicas. Recentemente, tem sido destacado seu potencial pandêmico, resultado da emergência, a intervalos de tempo não muito bem definidos, de novos subtipos virais. Isso configura duas situações epidemiológicas distintas, classificadas como Influenza Sazonal e Influenza Pandêmica. Na Influenza Sazonal, os primeiros sintomas costumam se manifestar 24 horas após o contato e, normalmente, a pessoa apresenta febre (>38°C), dor de cabeça, dor nos músculos, calafrios, prostração, tosse seca, dor de garganta, espirros e coriza. Pode também apresentar pele quente e úmida, olhos hiperemiados e lacrimejantes. A febre é o sintoma mais importante, com duração em torno de 3 dias. Os sintomas sistêmicos são muito intensos nos primeiros dias da doença. Com sua progressão, os sintomas respiratórios tornam-se mais evidentes e mantêm-se, em geral, por 3 a 4 dias após o desaparecimento da febre. É comum a queixa de garganta seca, rouquidão e sensação de queimor retroesternal ao tossir. O quadro clínico em adultos sadios pode variar de intensidade. Nas crianças, a temperatura pode atingir níveis mais altos, sendo comum o aumento dos linfonodos cervicais, quadros de bronquite ou bronquiolite, além de sintomas gastrintestinais. Os idosos quase sempre se apresentam febris, às vezes sem outros sintomas, mas, em geral, a temperatura não atinge níveis tão altos. Na Influenza Pandêmica, as manifestações clínicas vão depender da patogenicidade e da virulência da nova cepa, podendo varia de casos mais leves até manifestações compatíveis com pneumonia viral primária.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 263. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Influenza Pandêmica A - H1N1 (CID 10 - J10 a J11)

Os vírus da Influenza A e B possuem vários subtipos que sofrem contínuas mutações, surgindo novas cepas. Em geral, as novas cepas que passam a infectar humanos apresentam diferentes graus de distinção em relação àquelas até então circulantes, devido ao referido processo de mutação, possivelmente por meio da recombinação de genes entre cepas que infectam diferentes espécies animais. Em abril de 2009, foi detectado no México um novo vírus da Influenza A, o H1N1, colocando em alerta a Saúde Pública mundial. Esta nova cepa rapidamente se disseminou, causando uma pandemia, e o agente passou a ser denominado Vírus da Influenza Pandêmico H1N1 2009. Até a semana epidemiológica 47, que terminou em 28 de novembro de 2009, casos de Influenza provocados por este agente haviam sido confirmados laboratorialmente em 207 países, incluindo 8.768 óbitos. Para o enfrentamento dessas situações, planos para as fases de contingência e mitigação do problema foram elaborados e vêm sendo sistematicamente atualizados pelo Ministério da Saúde, com base nas orientações emanadas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), bem como do conhecimento que está sendo produzido no curso desse evento.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 17. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Leishmaniose Tegumentar Americana (CID 10 - B55.1)

Doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoários do gênero Leishmania, de transmissão vetorial, que acomete pele e mucosas. É primariamente uma infecção zoonótica que afeta outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente. A doença cutânea apresenta-se classicamente por pápulas, que evoluem para úlceras com fundo granuloso e bordas infiltradas em moldura, que podem ser únicas ou múltiplas, mas indolores. Também pode manifestar-se como placas verrucosas, papulosas, nodulares, localizadas ou difusas. A forma mucosa, secundária ou não à cutânea, caracteriza-se por infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a destruição dos tecidos é importante, podem ocorrer perfurações do septo nasal e/ou palato.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 271. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Leishmaniose Visceral (CID 10 - B55.0)

Protozoose cujo espectro clínico pode variar desde manifestações clínicas discretas até as graves que, se não tratadas, podem levar a óbito. A Leishmaniose Visceral (LV), primariamente, era uma zoonose caracterizada como doença de caráter eminentemente rural. Mais recentemente, vem se expandindo para áreas urbanas de médio e grande porte e se tornou crescente problema de saúde pública no país e em outras áreas do continente americano, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. É uma doença crônica, sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia, dentre outras manifestações. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos. Muitos infectados apresentam a forma inaparente ou assintomática da doença. Suas manifestações clínicas refletem o desequilíbrio entre a multiplicação dos parasitas nas células do sistema fagocítico mononuclear (SFM), a resposta imunitária do indivíduo e o processo inflamatório subjacente.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 277. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Leptospirose (CID 10 - A27)

Doença infecciosa febril de início abrupto, que pode variar desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves associados a manifestações fulminantes. Didaticamente, as apresentações clínicas da Leptospirose foram divididas considerando as fases evolutivas da doença: Fase Precoce (Fase Leptospirêmica) e Fase Tardia (Fase Imune).

Fase Precoce - Caracterizada pela instalação abrupta de febre, comumente acompanhada de cefaléia e mialgia, anorexia, náuseas e vômitos. Podem ocorrer diarréia, artralgia, hiperemia ou hemorragia conjuntival, fotofobia, dor ocular e tosse. Pode ser acompanhada de exantema e, frequentemente, não pode ser diferenciada de outras causas de doenças febris agudas. Esta fase tende a ser autolimitada e regride em 3 a 7 dias, sem deixar sequelas.

Fase Tardia - Aproximadamente 15% dos pacientes evoluem para manifestações clínicas graves, iniciando-se, em geral, após a primeira semana de doença. A manifestação clássica da Leptospirose grave é a Síndrome de Weil, caracterizada pela tríade de icterícia, insuficiência renal e hemorragias, mais comumente pulmonar. A síndrome de hemorragia pulmonar é caracterizada por lesão pulmonar aguda e sangramento pulmonar maciço e vem sendo cada vez mais reconhecida no Brasil como uma manifestação distinta e importante da Leptospirose na Fase Tardia. Esta apresentação clínica cursa com letalidade superior a 50%. A icterícia é um sinal característico, possuindo uma tonalidade alaranjada muito intensa (icterícia rubínica) e geralmente aparece entre o 3º e o 7º dia da doença. É um preditor de pior prognóstico devido à sua associação com a Síndrome de Weil. Apesar disto, os médicos não devem se basear unicamente na presença de icterícia para identificar pacientes com Leptospirose ou com risco de complicações graves da doença.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 284. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Malária (CID 10 - B54 a B58)

Doença infecciosa febril aguda, cujos agentes etiológicos são protozoários transmitidos por vetores. O quadro clínico típico é caracterizado por febre alta, acompanhada de calafrios, sudorese profusa e cefaléia, que ocorrem em padrões cíclicos, dependendo da espécie de plasmódio infectante. Em alguns pacientes aparecem sintomas prodrômicos, vários dias antes dos paroxismos da doença, a exemplo de náuseas, vômitos, astenia, fadiga, anorexia. Inicialmente, apresenta-se o período de infecção, que corresponde à fase sintomática inicial, caracterizada por mal-estar, cansaço e mialgia. O ataque paroxístico inicia-se com calafrio, acompanhado de tremor generalizado, com duração de 15 minutos a 1 hora. Na fase febril, a temperatura pode atingir 41°C. Esta fase pode ser acompanhada de cefaléia, náuseas e vômitos. É seguida de sudorese intensa. A fase de remissão caracteriza-se pelo declínio da temperatura (fase de apirexia). A diminuição dos sintomas causa sensação de melhora no paciente. Contudo, novos episódios de febre podem acontecer em um mesmo dia ou com intervalos variáveis, caracterizando um estado de febre intermitente. O período toxêmico ocorre se o paciente não receber terapêutica específica, adequada e oportuna. Os sinais e sintomas podem evoluir para formas graves e complicadas, dependendo da resposta imunológica do organismo, aumento da parasitemia e espécie de plasmódio. São sinais de Malária grave e complicada: hiperpirexia (temperatura >41°C), convulsão, hiperparasitemia (>200.000/mm³), vômitos repetidos, oligúria, dispnéia, anemia intensa, icterícia, hemorragias e hipotensão arterial. As formas graves podem cursar com alteração de consciência, delírio e coma, estão relacionadas à parasitemia elevada, acima de 2% das hemáceas parasitadas, podendo atingir até 30% dos eritrócitos.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 296. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Meningite por Haemophilus influenzae (CID 10 - G00.0)

Infecção bacteriana aguda das meninges, comum na primeira infância. Geralmente de início súbito, com febre, cefaléia intensa, náuseas, vômitos e rigidez de nuca, aos quais se associam os sinais de Kernig e Brudzinski. Lactentes raramente apresentam sinais de irritação meníngea ou de hipertensão intracraniana, como rigidez de nuca, convulsões e opistótono. Os sinais clínicos iniciais são inespecíficos, comuns a outras doenças desse período, a exemplo de instabilidade térmica (hipotermia ou hipertermia), desconforto respiratório, irritabilidade, letargia, recusa alimentar, vômitos, icterícia. Pode-se observar, ainda, a presença de outros sinais e sintomas, como: agitação, grito meníngeo (a criança grita quando manipulada, principalmente quando as pernas são flexionadas para troca de fraldas) e recusa alimentar.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 313. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Meningite Tuberculosa (CID 10 - A17.0)

É uma das complicações mais graves da Tuberculose. O seu quadro clínico é, comumente, de início insidioso - embora alguns casos possam ter um início abrupto, marcado pelo surgimento de convulsões. Diferentemente das demais meningites, a Meningite Tuberculosa pode apresentar uma evolução mais lenta, de semanas ou meses, tornando difícil o diagnóstico de suspeição. Na Meningite Tuberculosa não tratada, classicamente o curso da doença é dividido em três estágios:

Estágio I - Em geral, tem duração de 1 a 2 semanas, caracterizando-se pela inespecificidade dos sintomas, podendo ocorrer febre, mialgias, sonolência, apatia, irritabilidade, cefaléia, anorexia, vômitos, dor abdominal e mudanças súbitas do humor, sintomas comuns a qualquer processo inespecífico. Nessa fase, o paciente pode encontrar-se lúcido e o diagnóstico geralmente é estabelecido pelos achados liquóricos.

Estágio II - Caracteriza-se pela persistência dos sintomas sistêmicos e pelo surgimento de evidências de dano cerebral (sinal de lesão dos nervos cranianos, exteriorizando-se por paresias, plegias, estrabismo, ptose palpebral, irritação meníngea e hipertensão endocraniana). Nessa fase, alguns pacientes apresentam manifestações de encefalite, com tremores periféricos, distúrbios da fala, trejeitos e movimentos atetóides.

Estágio III ou Período Terminal - Ocorre quando surge o déficit neurológico focal, opistótono, rigidez de nuca, alterações do ritmo cardíaco e da respiração e graus variados de perturbação da consciência, incluindo o coma. Em qualquer estágio clínico da doença, pode-se observar convulsões focais ou generalizadas.

Na maioria dos casos de Meningite Tuberculosa observam-se alterações radiológicas pulmonares. O teste tuberculínico pode ou não ser reator. Esse teste somente tem valor nos pacientes não vacinados com BCG e poderá apresentar resultados negativos nos indivíduos anérgicos, pacientes em fase terminal, pacientes com Tuberculose disseminada, na desnutrição grave e nos pacientes com Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 316. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Meningites Virais (CID 10 - A87)

As Meningites Virais são também chamadas assépticas ou serosas. O Sistema Nervoso Central pode ser infectado por um variado conjunto de vírus; mas, independente do agente viral, o quadro clínico caracteriza-se por aparição súbita de cefaléia, fotofobia, rigidez de nuca, náuseas, vômitos e febre. Ao exame físico, destaca-se o bom estado geral do paciente e a presença de sinais de irritação meníngea (Kernig e Brudzinski). Em geral, a evolução é rápida e benigna sem complicações, exceto nos casos de indivíduos com imunodeficiências. Quando a etiologia refere-se a enterovírus, o quadro pode ser acompanhado ou antecedido de manifestações gastrointestinais, respiratórias e, ainda, mialgias e erupção cutânea.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 321. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Peste (CID 10 - A20)

A Peste se manifesta sob três formas clínicas principais: Bubônica, Septicêmica e Pneumônica. A Bubônica ou Ganglionar varia desde formas ambulatoriais, que apresentam adenopatia com ou sem supuração, até formas graves e letais. As formas graves têm início abrupto, com febre alta, calafrios, cefaléia intensa, dores generalizadas, anorexia, náuseas, vômitos, confusão mental, congestão das conjuntivas, pulso rápido e irregular, taquicardia, hipotensão arterial, prostração e mal-estar geral. Após 2 ou 3 dias, aparecem as manifestações de inflamação aguda e dolorosa dos gânglios linfáticos da região que foi o ponto de entrada da bactéria (bubão pestoso), onde a pele fica brilhosa, distendida, vermelho-violácea, com ou sem hemorragias e necrose. São bastante dolorosas e fistulizam com drenagem de secreção purulenta. A forma septicêmica primária cursa com bacilos no sangue, ocasionando febre elevada, hipotensão arterial, grande prostração, dispnéia, fácies de estupor e hemorragias cutâneas - às vezes serosas e mucosas e até nos órgãos internos. Coma e morte no fim de 2 ou 3 dias, se não houver tratamento. Geralmente, a Peste Septicêmica aparece na fase terminal da Peste Bubônica não tratada. A forma Pneumônica pode ser primária ou secundária à Peste Bubônica ou Septicêmica, por disseminação hematogênica. É a forma mais grave e perigosa da doença, por seu quadro clínico e alta contagiosidade, podendo provocar epidemias explosivas. Inicia-se com quadro infeccioso grave, de evolução rápida (febre muito alta, calafrios, arritmia, hipotensão, náuseas, vômitos, astenia, obnubilação. Depois, surgem dor no tórax, respiração curta e rápida, cianose, expectoração sanguinolenta ou rósea, fluída, muito rica em bactérias. Surgem fenômenos de toxemia, delírio, coma e morte, se não houver instituição do tratamento precocemente.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 333. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Poliomielite (CID 10 - A80)

Doença infecto-contagiosa viral aguda, caracterizada por um quadro de paralisia flácida de início súbito, que se manifesta de várias formas: Infecções Inaparentes ou Assintomáticas, podendo ocorrer entre 90 a 95% dos casos; Abortiva, em 5% dos casos, caracterizada por sintomas inespecíficos, como febre, cefaléia, tosse e coriza; Meningite Asséptica, manifestando-se em 1% dos casos, com sintomatologia inicial inespecífica e, posteriormente, sinais de irritação meníngea (Kernig e Brudzinski positivos) e rigidez de nuca; e as Formas Paralíticas, que apresentam quadro clássico de paralisia flácida aguda (PFA). O déficit motor instala-se subitamente e a evolução dessa manifestação, frequentemente, não ultrapassa 3 dias. Acomete, em geral, os membros inferiores, de forma assimétrica, tendo como principal característica a flacidez muscular, com sensibilidade conservada e arreflexia no segmento atingido. Apenas as formas paralíticas possuem assimetria, acometendo, sobretudo, a musculatura dos membros, com mais frequência os inferiores; flacidez muscular, com diminuição ou abolição dos reflexos profundos na área paralisada; sensibilidade preservada e persistência de alguma paralisia residual (sequela) após 60 dias do início da doença. Entretanto, estas formas da doença são pouco frequentes, comparadas às formas inaparentes da infecção (1 a 1,6% dos casos). A paralisia dos músculos respiratórios e da deglutição implica em risco de vida para o paciente. Esta doença encontra-se erradicada no país desde o início dos anos 90, em virtude de êxito da política de prevenção, vigilância e controle desenvolvida pelos três níveis do Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 338. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Raiva (CID 10 - A82)

É uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e letal. Apresenta letalidade de 100% e alto custo na assistência às pessoas expostas ao risco de adoecer e morrer. Apesar de conhecida desde a Antiguidade, a Raiva continua sendo um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, especialmente a transmitida por cães e gatos, em áreas urbanas, mantendo a cadeia de transmissão animal doméstico / homem. O vírus rábico é neurotrópico e sua ação no Sistema Nervoso Central causa um quadro clínico característico de encefalite aguda, decorrente de sua multiplicação entre os neurônios. O ciclo silvestre (aéreo e terrestre) adquire, na atualidade, particular gravidade para a área da saúde pública e sua expansão vem sendo influenciada por certas intervenções e/ou modificações ambientais. O vírus rábico penetra no organismo por meio de soluções de continuidade produzidas por mordeduras ou arranhaduras. Após um período variável de incubação, aparecem os pródromos iniciais, que duram de 2 a 4 dias e são inespecíficos, com o paciente apresentando mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura corpórea, anorexia, cefaléia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia. Podem ocorrer hiperestesia e parestesia nos trajetos de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento. A infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e/ou convulsões. Ocorrem espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua, quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorréia intensa. Os espasmos musculares evoluem para quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação do quadro comatoso e evolução para óbito. São, ainda, observadas disfagia, aerofobia, hiperacusia, fotofobia. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas, até o óbito varia, em média, de 5 a 7 dias. A característica mais determinante da evolução clínica da doença é a forma furiosa e/ou paralítica.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 346. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Rubéola (CID 10 - B06)

Doença exantemática viral aguda, caracterizada por exantema máculopapular, que se inicia na face, couro cabeludo e pescoço, espalhando-se para o tronco e membros. Apresenta febre baixa e linfadenopatia generalizada, principalmente subocciptal, pós-auricular e cervical posterior, geralmente precedendo o exantema, em 5 a 10 dias. Adolescentes e adultos podem apresentar poliartralgia, poliartrite, conjuntivite, coriza e tosse.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 353. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Síndrome da Rubéola Congênita (CID 10 - P35.0)

A Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), geralmente, é uma condição clínica grave. A infecção da placenta e viremia fetal ocorrem em cerca de 40 a 60% das mulheres grávidas infectadas com o vírus da Rubéola, principalmente durante as primeiras semanas de gestação (primeiras nove semanas). Esse vírus tem tropismo por células em formação (embriogênese) e quanto mais precoce a idade gestacional, mais elevadas são as taxas de malformações congênitas: estima-se que, nas primeiras 8 semanas de gestação, 90% dos recém-nascidos (RN) sejam portadores da SRC (com múltiplos defeitos); 80%, até a 10ª semana de gestação; e 35%, entre a 11ª e 12ª semana de gestação. Após esse período, a ocorrência da doença fetal declina e, da 16ª à 20ª semana, somente se registra sofrimento fetal. Os principais sinais e sintomas da infecção intra-uterina são: aborto espontâneo, prematuridade, baixo peso, malformação congênita de grandes órgãos e sistemas, como olhos (microftalmia, retinopatia, glaucoma e catarata), deficiência auditiva, coração (persistência de ducto arterial, defeitos do tabique interauricular e interventricular, estenose ou hipoplasia da artéria pulmonar), e alterações neurológicas (meningoencefalite, retardo mental), púrpura, esplenomegalia, osteopatia radiolúcida, dentre outros. É possível a ocorrência de formas tardias e leves que se manifestam como surdez parcial, pequenas deficiências cardíacas, diabetes melito, pancreatite progressiva, dentre outras, só diagnosticadas muitos anos após o nascimento.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 359 e 360. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Sarampo (CID 10 - B05)

Doença infecciosa aguda, de natureza viral, transmissível e extremamente contagiosa. A viremia decorrente da infecção provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento das diversas manifestações clínicas. A Evolução apresenta três períodos bem definidos:

Período Prodrômico ou Catarral - Tem duração de 6 dias: no início da doença, surge febre acompanhada de tosse produtiva, corrimento seromucoso do nariz, conjuntivite e fotofobia. Nas últimas 24 horas deste período surge, na altura dos pré-molares, o sinal de Koplik - pequenas manchas brancas com halo eritematoso, consideradas sinal patognomônico do Sarampo.

Período Exantemático - Ocorre acentuação de todos os sintomas anteriormente descritos, com prostração importante do paciente e surgimento do exantema característico: maculopapular, de cor avermelhada, com distribuição em sentido céfalo-caudal, que surge na região retro-articular e face. De 2 a 3 dias depois, estende-se ao tronco e às extremidades, persistindo por 5 a 6 dias.

Período de Convalescença ou de Descamação Furfurácea - As manchas tornam-se escurecidas e surge descamação fina, lembrando farinha.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 365. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Sífilis Adquirida e Congênita (CID 10 - A50)

A Sífilis é uma doença infecto-contagiosa sistêmica, de evolução crônica, com manifestações cutâneas temporárias, provocadas por uma espiroqueta. Sua evolução é dividida em recente e tardia. A transmissão da Sífilis Adquirida é sexual, na área genitoanal, na quase totalidade dos casos. Na Sífilis Congênita, há infecção fetal via hematogênica, em qualquer fase gestacional ou estágio clínico da doença materna. A transmissão por transfusão sanguínea é rara nos dias atuais.

Sífilis em Gestantes - A ocorrência de Sífilis em gestantes evidencia falha dos serviços de saúde, particularmente da atenção ao pré-natal, pois o diagnóstico precoce e o tratamento da gestante são medidas relativamente simples e bastante eficazes na prevenção da doença.

Evolução - Sujeita a períodos de latência, a evolução da Sífilis é dividida em primária, secundária e terciária.

Sífilis Primária caracteriza-se por apresentar lesão inicial denominada cancro duro, que surge de 10 a 90 dias (em média, 21 dias) após a infecção, ocorrendo adenite satélite. O cancro duro é caracterizado por lesão erosada ou ulcerada, geralmente única, indolor, com bordos escurecidos, fundo liso e brilhante, que desaparece em 4 semanas, sem deixar cicatrizes. As reações sorológicas treponêmicas para sífilis tornam-se positivas a partir da 3ª semana de infecção e as reações sorológicas não treponêmicas tornam-se positivas a partir da 4ª ou 5ª semana após o contágio.

Sífilis Secundária é marcada pela disseminação dos treponemas pelo organismo. Suas manifestações ocorrem de 6 a 8 semanas após o aparecimento do cancro. A lesão mais precoce é constituída por roséola. Posteriormente, podem surgir lesões papulosas palmo-plantares, placasmucosas, adenopatia generalizada, alopécia em clareira e condilomas planos, que desaparecem em aproximadamente 6 meses. As reações sorológicas são sempre positivas. Após o desaparecimento das lesões secundárias, a sífilis entra em um período de latência, não existindo manifestações clínicas visíveis, sendo o diagnóstico realizado exclusivamente por meio de testes laboratoriais.

Sífilis Terciária pode demorar de 2 a 40 anos para se manifestar. Ocorre em indivíduos infectados pelo treponema que receberam tratamento inadequado ou não foram tratados. Compreendem as formas cutânea, óssea, cardiovascular, nervosa e outras. As reações sorológicas são positivas. A sífilis tardia cutânea caracteriza-se por lesões gomosas e nodulares, de caráter destrutivo. Na sífilis óssea, pode haver osteíte gomosa, periostite, osteíte esclerosante, artralgias, artrites, sinovites e nódulos justa-articulares. O quadro mais frequente de comprometimento cardiovascular é a artrite sifilítica (determinando insuficiência aórtica), aneurisma e estenose de coronárias. A sífilis do sistema nervoso é assintomática ou sintomática com as seguintes formas: meningo-vascular, meningite aguda, goma do cérebro ou da medula, crise epileptiforme, atrofia do nervo óptico, lesão do sétimo par, paralisia geral e tabes dorsalis.

Sífilis Congênita


A Sífilis Congênita é a infecção do feto pelo Treponema pallidum, transmitida por via placentária, em qualquer momento da gestação ou estágio clínico da doença em gestante não tratada ou inadequadamente tratada. Sua ocorrência evidencia falhas dos serviços de saúde, particularmente da atenção ao pré-natal, pois o diagnóstico precoce e tratamento da gestante são medidas relativamente simples e bastante eficazes na prevenção dessa forma da doença. O quadro clínico da Sífilis Congênita é variável, de acordo com alguns fatores: o tempo de exposição fetal ao treponema, a carga treponêmica materna, a virulência do treponema, o tratamento da infecção materna, a coinfecção materna pelo HIV ou outra causa de imunodeficiência. Esses fatores poderão acarretar aborto, natimorto ou óbito neonatal, bem como Sífilis Congênita sintomática ou assintomática ao nascimento. A Sífilis Congênita é classificada em recente e tardia.

Sífilis Congênita Recente - Os sinais e sintomas surgem logo após o nascimento ou nos 2 primeiros anos de vida, comumente nas 5 primeiras semanas. Os principais sinais são baixo peso, rinite com coriza serosanguinolenta, obstrução nasal, prematuridade, osteocondrite, periostite ou osteíte, choro ao manuseio. Podem ocorrer hepatoesplenomegalia, alterações respiratórias ou pneumonia, hidropsia, pseudoparalisia dos membros, fissura orificial, condiloma plano, pênfigo palmoplantar e outras lesões cutâneas, icterícia e anemia. Quando ocorre invasão maciça de treponemas e/ou esses são muito virulentos, a evolução do quadro é grave e a letalidade, alta. A placenta encontra-se volumosa, com lesões e manchas amareladas ou esbranquiçadas.

Sífilis Congênita Tardia - Os sinais e sintomas são observados a partir do 2º ano de vida. Os principais sintomas são: tíbia em lâmina de sabre, fronte olímpica, nariz em sela, dentes deformados (dentes de Hutchinson), mandíbula curta, arco palatino elevado, ceratite intersticial com cegueira, surdez neurológica, dificuldade no aprendizado, hidrocefalia e retardo mental.

Período de Infecção - O tempo de evolução é extremamente variável, geralmente interrompido com o tratamento. A remissão espontânea da doença é improvável. A evolução da infecção treponêmica determinará lesões deformantes, com destruição tecidual em tecido ósseo e cutâneo-mucoso, além das graves sequelas neurológicas. Quando estão presentes lesões cutâneas e mucosas, ricas em treponemas, pode ocorrer contágio involuntário, quando do manuseio inadequado/desprotegido das crianças com Sífilis Congênita, por parte dos familiares e profissionais de saúde.

Período toxêmico - O quadro clínico é variável. Manifestações gerais e sinais de comprometimento simultâneo de múltiplos órgãos, como febre, icterícia, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia generalizada, anemia, entre outros sinais, podem ser observadas isoladas ou simultaneamente. Manifestações graves ao nascimento, tais como pneumonia intersticial e insuficiência respiratória, com risco de vida, requerem especial atenção.

Remissão - O tratamento adequado dos casos diagnosticados promove a remissão dos sintomas, em poucos dias. As lesões tardias já instaladas, a despeito da interrupção da evolução da infecção, não serão revertidas com a antibioticoterapia.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 373, 376 e 382. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Tétano Acidental (CID 10 - A35)

É uma toxi-infecção grave, não contagiosa, causada pela ação de exotoxinas produzidas pelo bacilo tetânico, as quais provocam um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso central. Clinicamente, o Tétano Acidental se manifesta com febre baixa ou ausente, hipertonia muscular mantida, hiperreflexia e espasmos ou contraturas paroxísticas. Assim, o paciente apresenta dificuldade de deglutição (disfagia), contratura dos músculos masséteres (trismo e riso sardônico), do pescoço (rigidez de nuca) e da região dorsal (opistótono). A rigidez muscular é progressiva, atingindo os músculos reto-abdominais (abdome em tábua) e diafragma, levando à insuficiência respiratória, podendo evoluir com contraturas generalizadas. As crises de contraturas, geralmente, são desencadeadas por estímulos luminosos, sonoros, alterações de temperatura e manipulações do doente. Em geral, o paciente mantém-se consciente e lúcido.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 391. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.

Tétano Neonatal (CID 10 - A33)

Doenças infecciosa aguda, grave, não contagiosa e imunoprevenível. Acomete o recém-nascido nos primeiros 28 dias de vida, com maior frequência na primeira semana de vida (60%) e nos primeiros quinze dias (90%), tendo como manifestação clínica inicial a dificuldade de sucção, irritabilidade, choro constante. Os casos de Tétano Neonatal, em geral, estão associados à falta de acesso a serviços de saúde de qualidade. Portanto, a ocorrência de um caso desta doença deve ser considerada como um evento sentinela para a imediata correção dos problemas relacionados à qualidade do sistema de saúde local.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 399. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


Tuberculose (CID 10 - A15 a A19)

A Tuberculose é um problema de saúde prioritário no Brasil. O agravo atinge a todos os grupos etários, com maior predomínio nos indivíduos economicamente ativos (15 a 54 anos) e do sexo masculino. Doença infecciosa, atinge, principalmente, o pulmão. A Tuberculose primária ocorre durante uma primo-infecção, e pode evoluir tanto a partir do foco pulmonar, quanto do foco ganglionar ou, então, em consequência da disseminação hematogênica, o que acontece em 5% dos primo-infectados, em geral nos primeiros dois anos após a infecção. A Tuberculose pós-primária ocorre no organismo que tem sua imunidade desenvolvida, tanto pela infecção natural quanto pelo BCG. Dos primo-infectados, 5% adoecerão tardiamente, em consequência do recrudescimento de algum foco já existente no seu organismo (reativação endógena). Também pode ocorrer a reinfecção exógena, ou seja, o paciente adoecer por receber nova carga bacilar do exterior. Estes dois mecanismos não podem ser distinguidos clinicamente. Os pacientes com Tuberculoses apresentam comprometimento do estado geral, febre baixe vespertina com sudorese, inapetência e emagrecimento. Quando a doença atinge os pulmões, o indivíduo pode apresentar dor torácica e tosse produtiva, acompanhada ou não de escarros hemoptóicos. A tosse produtiva é o sintoma mais frequente da forma pulmonar. Nas crianças, também é comum o comprometimento ganglionar mediastínico e cervical (forma primária), que se caracteriza por lesões bipolares: parênquima e gânglios. Nos pacientes adultos, maiores de 15 anos, a Tuberculose Pulmonar é a forma mais frequente, atingindo cerca de 90% dos casos. Nos menores de 15 anos, esse percentual é de 75%, podendo, entretanto, se localizar em outras partes do organismo: rins, ossos e meninges, dentre outras, em função das quais se expressará clinicamente. Uma das formas mais graves é a Tuberculose Miliar, decorrente de disseminação hematogênica com acometimento sistêmico, quadro tóxico infeccioso importante e grande risco de meningite. Os pulmões se apresentam difusamente ocupados por pequenas lesões. Os demais órgãos também podem ser acometidos por lesões idênticas.

Fonte: Doenças Infecciosas e Parasitárias: Guia de Bolso. 8ª edição. Pág. 412. Ministério da Saúde: Brasília/DF, 2010.


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Comitê Municipal de Prevenção e Controle de Infecção em Serviços de Saúde de Londrina

O Comitê Municipal de Prevenção e Controle de Infecção em Serviços de Saúde de Londrina - COMPCISS, foi instituído pela Portaria nº 309, de 16/11/2004, da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina.

O COMPCISS é um fórum interinstitucional e multiprofissional de caráter técnico, científico, normativo, ético, educativo e de assessoria; visando a qualidade da assistência prestada nos serviços de saúde por meio da prevenção e controle das infecções nesses estabelecimentos.

Podem compor o Comitê todos os serviços de saúde públicos, privados e filantrópicos do município de Londrina, bem como outros serviços que se fizerem necessários. Esse fórum interinstitucional reúne-se mensalmente, por meio de representantes, titulares ou suplentes, dos diversos serviços.

A coordenação é realizada por um presidente indicado pelo Gestor Municipal de Saúde. Reuniões ocorrem mensalmente com pauta pactuada pelos componentes do Comitê e são sediadas, alternadamente, pelos serviços de saúde componentes. Reuniões extraordinárias também podem ser convocadas pelo presidente.

O COMPCISS, como o próprio nome já diz, objetiva prevenir e reduzir a incidência e gravidade das infecções em serviços de saúde. Para tanto, desenvolve um trabalho que fomenta a produção e disseminação de conhecimentos referentes ao tema, bem como o estabelecimento e implementação de protocolos técnicos de prevenção e controle de infecção em serviços de saúde.

A vigilância epidemiológica das infecções em serviços de saúde também é realizada por meio do recebimento mensal do Boletim de Infecção em Serviços de Saúde, que dispõe de indicadores que permitem traçar um perfil epidemológico das infecções nos estabelecimentos citados, perfil esse que orienta o planejamento das ações de intervenção.

Centro

Centro de Referência IST, HIV/AIDS, Tuberculose e Hepatites Virais - Bruno Piancastelli  Filho

O Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho é um serviço de atenção especializada em HIV/Aids (SAE), composto por serviços que complementam ações de prevenção e assistência à epidemia das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), HIV/Aids, Hepatites Virais e Tuberculose, tais como:

  • Coordenação do Programa Municipal de IST/Aids/Hepatites Virais/Tuberculose
  • Ambulatório de IST/Aids
  • Ambulatório de Tuberculose
  • Centro de Testagem e Aconselhamento- CTA

Programa Municipal de Controle de IST/HIV/Aids/Hepatites Virais/Tuberculose

O Programa Municipal de Controle de IST/HIV/Aids/Hepatites Virais tem como objetivo controlar as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), o HIV/Aids e as Hepatites Virais, através de ações setoriais e interinstitucionais de prevenção para os pacientes residentes no município de Londrina, bem como oferecer a assistência às pessoas vivendo com IST/HIV/Aids/Hepatites Virais, residentes nos municípios da área de abrangência da 17ª Regional de Saúde.

O PM-IST/Aids de Londrina foi institucionalizado em Maio de 2007, quando foi incluído no organograma da Autarquia Municipal de Saúde como Programa Municipal de IST/Aids e Tuberculose, que tem como objetivo controlar as IST/HIV/Aids, Tuberculose e Hepatites Virais, em parceria com as Organizações da Sociedade Civil (OSC/Aids).

Tem como finalidade a gestão e o desenvolvimento institucional, bem como coordenar o Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho, onde funcionam o Centro de Testagem e Aconselhamento- CTA e os ambulatórios de referência para as IST(Urologia), HIV/Aids e Tuberculose.

Um dos instrumentos de gestão do Programa é o Plano de Ações e Metas- PAM, elaborado anualmente e em conjunto com a Comissão Municipal de IST/Aids – COMUNIAIDS; aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde, pelo Programa Estadual de IST/Aids da SESA/PR e pelo Programa Nacional de IST/Aids do Ministério de Saúde que, através da política de incentivo, repassa mensalmente os recursos financeiros do Fundo Nacional para o Fundo Municipal de Saúde.

Os serviços que atendem às pessoas vivendo com HIV/Aids (PVHA) em Londrina são:

  •  Ambulatório do Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho;
  • Ambulatório do Hospital de Clínicas/ UEL;
  • Setor de Moléstias Infecciosas do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná/ UEL.

Localização

Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho
Alameda Manoel Ribas nº 1
CEP 86010-140 – Londrina - Paraná
Horário de Atendimento: segunda a sexta, das 7h às 17h.
Telefones: (43) 3378-0145
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Ambulatório de IST/HIV/Aids

O serviço ambulatorial em HIV/Aids é um serviço de saúde que realiza ações de assistência, prevenção e tratamento às pessoas vivendo com HIV/Aids e IST.

O objetivo desse serviço é prestar um atendimento integral e de qualidade aos usuários, por meio de uma equipe multiprofissional composta por infectologistas, urologista, enfermeiras, técnicas de enfermagem, farmacêuticos, psicóloga, assistentes sociais, dentista e técnica de higiene dental.

Algumas de suas atividades principais são:

  • Cuidados de enfermagem;
  • Orientação e apoio psicológico;
  • Atendimentos em infectologia, urologia, psicologia, assistente social, odontologia, técnica higiene bucal;
  • Controle e distribuição de antirretrovirais;
  • Orientações farmacêuticas;
  • Realização de exames de monitoramento;
  • Distribuição de insumos de prevenção;
  • Atividades educativas para adesão ao tratamento e para prevenção e controle de DST e Aids;
  • Assistência ambulatorial e portadores de HIV/Aids;
  • Assistência odontológica a portadores de HIV/Aids.

Localização

Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho
Alameda Manoel Ribas nº 01
CEP 86010-140 – Londrina – Paraná
Horário de Atendimento: segunda a sexta, das 7h às 17h.
Telefones: 3379-0176/ 3379-0180


Centro de Testagem e Aconselhamento – CTA

O CTA de Londrina iniciou suas atividades em Novembro de 1995. O atendimento nesse centro é sigiloso e oferece a quem realiza o teste a possibilidade de ser acompanhado por uma equipe de profissionais de saúde que orientará sobre o resultado final de exame, independente dele ser positivo ou negativo. Quando os resultados são positivos, o CTA é responsável por encaminhar as pessoas para tratamento nos Serviços de Atenção Especializada em Aids- SAE.

A missão do CTA é promover a equidade aos segmentos populacionais em situação de maior vulnerabilidade de acesso ao aconselhamento, ao diagnóstico do HIV, Hepatite B e C e Sífilis, bem como à prevenção dessas e das demais IST, favorecendo, com respeito aos direitos humanos, à voluntariedade e à integralidade da atenção, sem restrições territoriais.

O CTA é um serviço de saúde que realiza ações de diagnósticos e prevenção de infecções sexualmente transmissíveis. Nesse serviço, é possível realizar testes para HIV, Sífilis, Hepatites B e C gratuitamente. Todos os testes são realizados de acordo com a norma definida pelo Ministério da Saúde e com produtos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA/MS; e por ela controlados.

Ao procurar um CTA, o usuário desse serviço tem direito a passar por uma sessão de aconselhamento, que pode ser individual ou coletiva. O aconselhamento é uma ação de prevenção que tem como objetivo oferecer apoio emocional ao usuário, fornecer as informações e esclarecer dúvidas sobre IST e HIV/Aids e, principalmente, ajudá-lo a avaliar os riscos que corre e as melhores maneiras que dispõe para prevenir-se.

Localização

Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho
Alameda Manoel Ribas nº 01
CEP 86010-140 – Londrina – Paraná
Horário de Atendimento: segunda a sexta das 7h às 13h
Horário de realização dos Testes Rápidos para HIV, Sífilis, Hepatites B e C de segunda a quinta as 8h ou às 10h.
Telefones: 3378-0146 / 3378-0147
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Ambulatório de Tuberculose

São atendidos neste serviço os pacientes com Tuberculose, infectados com HIV/Aids, Tuberculose Extrapulmonar e Multiresistentes. Estes pacientes são de abrangência de toda a 17ª Regional de Saúde e da rede Municipal de Saúde. Como o procedimento de diagnóstico e tratamento da Tuberculose está descentralizado, o Programa é referência para as dúvidas quanto ao tratamento e controle de casos diagnosticados.

A Tuberculose ainda é um sério problema de saúde pública reconhecida pelo governo brasileiro. Portanto, em razão de propósitos de suas políticas públicas, assumiu compromissos em seus cidadãos e com a comunidade internacional de controlar sua evolução, procurando reduzir sua prevalência da população.

O Programa Nacional de Controle da Tuberculose – PNCT está integrado na rede de serviços de saúde. É desenvolvido por intermédio de um programa unificado, executado em conjunto pelas esferas federal, estadual e municipal. Está subordinado a uma política de programação de suas ações com padrões técnicos e assistenciais bem definidos, garantindo desde a distribuição gratuita de medicamentos e outros insumos necessários até ações preventivas e de controle do agravo. Isto permite o acesso universal da população às suas ações. Este ambulatório é referência para os pacientes infectados com Aids e Tuberculose, com Tuberculose Extrapulmonar e com Tuberculose Multiresistente.

Localização
Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho
Alameda Manoel Ribas nº 01
CEP 86010-140 – Londrina – Paraná
Horário de Atendimento: Segunda a Sexta das 7h às 13h.
Telefones: 3379-0179
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AIDS

A Aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas doenças, de um simples resfriado a infecções mais graves como Tuberculose ou Câncer. O próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado.

Há alguns anos, receber o diagnóstico de Aids era uma sentença de morte. Mas, hoje em dia, é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida. Basta tomar os medicamentos indicados e seguir corretamente as recomendações médicas.

Saber precocemente da doença é fundamental para aumentar ainda mais a sobrevida da pessoa. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda fazer o teste sempre que passar por alguma situação de risco e usar sempre o preservativo.


Como se pega o HIV?

  1. Fazendo sexo sem camisinha (oral, vaginal ou anal);
  2. Compartilhando agulhas e seringas contaminadas;
  3. Da mãe para o bebê durante a gravidez, na hora do parto e/ou amamentação.


Sintomas e Fases da Aids


Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da Aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 8 a 12 semanas após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida.

A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático.

Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos T CD4 - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia de 800 a 1200 unidades. Os sintomas mais comuns são: febre, diarréia, suores noturnos e emagrecimento.

A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a Aids. Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, faça o teste!


Por que fazer o teste de Aids

Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida.

Além disso, as mães soropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o exame!

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. Os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV podem ser realizados em até 30 minutos, colhendo uma gota de sangue da ponta do dedo. Esses testes são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento - CTA. Os exames podem ser feitos inclusive de forma anônima. Nesse centro, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente.


Diagnóstico de Idosos

A fragilidade do sistema imunológico em pessoas com mais de 60 anos dificulta o diagnóstico de infecção por HIV, vírus causador da Aids. Isso ocorre porque, com o envelhecimento, algumas doenças tornam-se comuns. E os sintomas da Aids podem ser confundidos com os dessas outras infecções.

Tanto a pessoa idosa quanto os profissionais de saúde tendem a não pensar na Aids e, muitas vezes, negligenciam a doença nessa faixa etária. E o diagnóstico tardio de Aids permite o aparecimento de infecções cada vez mais graves e compromete a saúde mental (podendo causar até demência).

Quanto antes começar o tratamento correto da Aids, mais o soropositivo ganha em qualidade de vida. Por isso, recomenda-se fazer o teste. É rápido, seguro e pode ser feito em qualquer unidade pública de saúde.


É possível Viver Bem com Aids

Atualmente, existem os medicamentos antirretrovirais - coquetéis anti-aids que aumentam a sobrevida dos soropositivos. É fundamental seguir todas as recomendações médicas e tomar o medicamento conforme a prescrição. É o que os médicos chamam de adesão, ou seja, aderir ao tratamento. Há, também, outras atitudes que oferecem qualidade de vida, como praticar exercícios e ter uma alimentação equilibrada. Quem tem HIV namora, beija na boca e transa, assim como todo mundo. Mas não se esqueça de usar camisinha sempre.


Como é o Tratamento?

O tratamento inclui acompanhamento periódico com profissionais de saúde e a realização de exames. A pessoa só vai começar a tomar os medicamentos antirretrovirais quando exames clínicos e de laboratório indicarem a necessidade. Esses remédios buscam manter o HIV sob controle o maior tempo possível. A medicação diminui a multiplicação do HIV no corpo, recupera as defesas do organismo e, consequentemente, aumenta a qualidade de vida do soropositivo. Para que o tratamento dê certo, o soropositivo não pode se esquecer de tomar os remédios ou abandoná-los. O vírus pode criar resistência e, com isso, as opções de medicamento diminuem. A adesão ao tratamento é fundamental para a qualidade de vida.

Mesmo em tratamento, a pessoa com Aids pode e deve levar uma vida normal, sem abandonar a sua vida afetiva e social. Ela deve trabalhar, namorar, beijar na boca, transar (com camisinha), passear, se divertir e fazer amigos. E, lembre-se, o tratamento está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é um direito de todos.


Quais são os Antirretrovirais?

Os medicamentos antirretrovirais surgiram na década de 1980, para impedir a multiplicação do vírus no organismo. Eles não matam o HIV, vírus causador da Aids, mas ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico. Por isso, seu uso é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida de quem tem Aids.

Desde 1996, o Brasil distribui gratuitamente o coquetel anti-Aids para todos que necessitam do tratamento. Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 200 mil pessoas recebem regularmente os remédios para tratar a doença. Atualmente, existem 18 medicamentos divididos em cinco tipos.

  1. Inibidores Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - atuam na enzima transcriptase reversa, incorporando-se à cadeia de DNA que vírus cria. Tornam essa cadeia defeituosa, impedindo que o vírus se reproduza. São eles: Zidovudina, Abacavir, Didanosina, Estavudina, Lamivudina e Tenofovir.
  2. Inibidores Não Nucleosídeos da Transcriptase Reversa - bloqueiam diretamente a ação da enzima e a multiplicação do vírus. São eles: Efavirenz e Nevirapina.
  3. Inibidores de Protease - atuam na enzima protease, bloqueando sua ação e impedindo a produção de novas cópias de células infectadas com HIV. São eles: Amprenavir, Atazanavir, Darunavir, Indinavir, Lopinavir/r, Nelfinavir, Ritonavir e Saquinavir.
  4. Inibidores de Fusão - impedem a entrada do vírus na célula e, por isso, ele não pode se reproduzir. É a Enfuvirtida.
  5. Inibidores de Integrase - bloqueiam a atividade da enzima integrase, responsável pela inserção do DNA do HIV ao DNA humano (código genético da célula). Assim, inibe a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. É o Raltegravir.

Para combater o HIV é necessário utilizar pelo menos três antirretrovirais combinados, sendo dois medicamentos de classes diferentes, que poderão ser combinados em um só comprimido. O tratamento é complexo, necessita de acompanhamento médico para avaliar as adaptações do organismo ao tratamento, seus efeitos colaterais e as possíveis dificuldades em seguir corretamente as recomendações médicas, ou seja, aderir ao tratamento. Por isso, é fundamental manter o diálogo com os profissionais de saúde, compreender todo o esquema de tratamento e nunca ficar com dúvidas.


Uso de Antirretrovirais em Gestantes

A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. As recomendações médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação.

O uso de medicamentos durante a gravidez é indicado para quem já está fazendo o tratamento e para a grávida que tem HIV, não apresenta sintomas e não está tomando remédios para Aids. Nesse caso, o uso dos remédios anti-Aids pode ser suspenso ao final da gestação. Essa avaliação dependerá dos exames de laboratório (CD4 e carga viral) e de seu estado clínico; e deverá ser realizada, de preferência, nas primeiras duas semanas pós-parto em um serviço especializado (SAE).


Diagnóstico durante o Pré-Natal

A testagem para HIV é recomendada no 1º trimestre. Mas, quando a gestante não teve acesso ao pré-natal adequado, o diagnóstico pode ocorrer no 3º trimestre ou até na hora do parto. As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos para prevenir a transmissão para o feto. Recebem, também, o acompanhamento necessário durante a gestação, parto e amamentação. A mãe que tem o vírus não deve amamentar o bebê, porque há o risco de transmissão do vírus da mãe para o filho.


Gravidez depois do Diagnóstico

Além de ser um direito garantido por lei, as mulheres soropositivas podem ter uma gravidez tranquila, segura e com muito baixo risco de que seu bebê nasça infectado pelo HIV, caso faça o correto acompanhamento médico e siga todas as recomendações e medidas preventivas explicadas acima.


O que é Adesão?

Aderir ao tratamento para a Aids significa tomar os remédios prescritos pelo médico nos horários corretos, manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos, comparecer ao serviço de saúde nos dias previstos, entre outros cuidados. Quando o paciente não segue todas as recomendações médicas, o HIV, vírus causador da doença, pode ficar resistente aos medicamentos antirretrovirais. E isso diminui as alternativas de tratamento.

Seguir as recomendações médicas parece simples, mas é uma das grandes dificuldades encontradas pelos pacientes, pois interfere diretamente na sua rotina. O paciente deve estar bem informado sobre o progresso do tratamento, o resultado dos testes, os possíveis efeitos colaterais e o que fazer para amenizá-los. Por isso, é preciso alertar ao médico sobre as dificuldades que possam surgir, além de tirar todas as dúvidas e conversar abertamente com a equipe de saúde.

Para facilitar a adesão aos medicamentos, recomenda-se adequar os horários dos remédios à rotina diária. Geralmente, os esquecimentos ocorrem nos finais de semana, férias ou outros períodos fora da rotina. Utilizar tabelas, calendários ou despertador, como o do telefone celular, facilitar para lembrar os horários corretos para tomar os remédios.


Que Outros Cuidados são Necessários?

Usar camisinha em todas as relações sexuais evita a reinfecção por vírus já resistente aos medicamentos. E a reinfecção traz complicações sérias para a saúde. Além disso, a camisinha protege de outras doenças sexualmente transmissíveis (DST), como hepatite e sífilis. O soropositivo precisa ter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas. Isso previne complicações futuras e melhora as defesas do organismo.


Alimentação

Uma alimentação saudável aumenta a resistência à Aids, fornecendo energia para as atividades diárias e, também, vitaminas e minerais que o organismo precisa. Além de tornar a pessoa mais disposta, uma alimentação equilibrada fortalece o sistema de defesa, ajuda no controle da gordura e açúcares do sangue, a absorção intestinal e melhora os resultados do tratamento.

A alimentação saudável é aquela que tem todos os alimentos necessários, de forma variada e equilibrada. Para se ter uma alimentação saudável, o ser humano precisa consumir alimentos de todos os três grupos:

Carboidratos - Fornecem a energia necessária para as atividades do dia-a-dia, como andar, falar, respirar, etc. Encontramos em: arroz, açúcar, massas, batata, mandioca, cereais, farinhas e pães.

Proteínas - Todos os tecidos do corpo são formados por elas. São as principais componentes dos anticorpos e dos músculos. Constróem, "consertam" e mantêm o corpo, além de aumentarem a resistência do organismo às infecções. Encontradas em: carne bovina, carne suína, frango, peixe, miúdos, ovos, leite e derivados, feijão, soja e derivados, castanha, amendoim e amêndoa.

Gorduras - Fornecem energia. O organismo precisa delas em pequenas quantidades. Algumas vitaminas usam-nas para serem transportadas no organismo, assim como alguns medicamentos antirretrovirais também. Encontrados em: manteiga, óleo, azeite de oliva, margarina, gordura animal (presente nas carnes).

Como se Alimentar Melhor?

O ideal é fazer três refeições principais por dia, com dois ou três lanches nos intervalos. A alimentação deve ser balanceada, variada, dando preferência aos alimentos não industrializados, sempre respeitando as características e hábitos de cada um. Deve ser priorizado o consumo diário de frutas, verduras, legumes, alimentos integrais e carnes magras. Frituras, gorduras e açúcares devem ser diminuidos ou evitados.

Cuidado com os Alimentos

Um grande problema para os soropositivos são as doenças provocadas por alimentos contaminados, que podem causar vômitos, diarréias ou mesmo infecção intestinal. Alguns cuidados e dicas com os alimentos:

  • Antes de cozinhar, lavar bem as mãos e os utensílios que forem ser usados;
  • Copos ou pratos rachados não devem ser usados, pois os germes se acumulam nas rachaduras;
  • O lixo deve estar bem tampado e longe dos alimentos;
  • Manter os alimentos fora do alcance dos insetos, roedores e outros animais. Cobrir ou guardar em vasilhas bem fechadas;
  • Não consumir alimentos com alterações de cor ou cheiro;
  • Descongelar as carnes na geladeira e não em temperatura ambiente. Evitar comer carne crua;
  • O leite pasteurizado deve ser mantido na geladeira depois de aberto e a atenção na validade deve ser constante. Se não for pasteurizado, recomenda-se ferver antes de beber;
  • Evitar comer ovos crus. Cozinhar até ficarem duros (6 a 8 minutos de fervura) ou fritar até a gema ficar dura;
  • Cortar a carne e os vegetais em tábuas de plástico ou vidro e depois lavar. Evitar a tábua de madeira, pois acumulam muitos germes e bactérias.

Vacinas

O soropositivo deve ser avaliado por um médico antes de tomar qualquer vacina para se prevenir de doenças. Se estiverem com a imunidade muito baixa, não devem receber vacinas compostas por bactérias ou vírus vivos. Diversos estudos mostram que a resposta aos organismos invasores é menor em soropositivos com pouca concentração de linfócitos T CD4+, células de defesa do organismo. Por isso, normalmente os soropositivos sintomáticos não têm boa resposta às vacinas. Portanto, na tentativa de obter uma resposta imunológica ideal, todas as vacinas devem ser dadas no curso da infecção pelo HIV, o mais precocemente possível.

 


Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST

O que são as DST?

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha com uma pessoa que esteja infectada; e, geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. As mais conhecidas são gonorréia e sífilis.

Algumas DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde periodicamente. Essas doenças, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.

Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal) é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em especial do vírus da Aids, o HIV. Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A Aids e a Sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez ou no momento do parto. E, no caso da Aids, também na amamentação.

O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças. O atendimento e o tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

Sintomas das DST

As DST são muitas e podem ser causadas por diferentes agentes. Apesar disso, elas podem ter sintomas parecidos. Veja, abaixo, os principais sintomas das DST mais comuns:

  • Corrimento pelo colo do útero e/ou vagina (branco, cinza ou amarelado), pode causar coceira, dor ao urinar e/ou dor durante a relação sexual, cheiro ruim na região. DST prováveis: Tricomoníase, Gonorréia e Clamídia.
  • Corrimento pelo canal de onde sai a urina, que pode ser amarelo purulento ou mais claro, com cheiro ruim, além de poder apresentar coceira e sintomas urinários, como dor ao urinar e vontade de urinar constante. DST prováveis: Tricomoníase, Gonorréia, Clamídia, Micoplasma e Ureoplasma.
  • Presença de feridas na região genital (pode ser uma ou várias), dolorosas ou não, antecedidas ou não por bolhas pequenas, acompanhadas ou não de "íngua" na virilha. DST prováveis: Sífilis, Cancro Mole, Herpes Genital, Donovanose, Linfogranuloma Venéreo.
  • Dor na parte baixa da barriga (conhecido como baixo ventre ou "pé da barriga") e durante a relação sexual. DST prováveis: Gonorréia, Clamídia, infecção por outras bactérias.
  • Verrugas genitais ou "crista de galo" (uma ou várias), que são pequenas no início e podem crescer rapidamente e se parecer com uma couve-flor. DST prováveis: Infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV).

Não sinta vergonha de conversar com o profissional de saúde e tirar todas as dúvidas sobre sexo ou qualquer coisa diferente que esteja percebendo ou sentindo. É direito de todo brasileiro buscar esclarecimento e informações durante o atendimento de saúde.

 

Cancro Mole


O Cancro Mole pode ser chamado de Cancro Venéreo, mas seu nome mais popular é "cavalo". Provocado pela bactéria Haemophilus ducreyi, é mais frequente nas regiões tropicais, como o Brasil.

Formas de Contágio - A transmissão ocorre pela relação sexual com uma pessoa infectada, sendo o uso da camisinha a melhor forma de prevenção.

Sinais e Sintomas - Os primeiros sintomas - dor de cabeça, febre e fraqueza - aparecem de 2 a 15 dias após o contágio. Depois, surgem pequenas e dolorosas feridas com pus nos órgãos genitais, que aumentam progressivamente de tamanho e profundidade. A seguir, aparecem outras lesões em volta das primeiras.

Após 2 semanas do início da doença, pode aparecer um caroço doloroso e avermelhado na virilha (íngua), que pode dificultar os movimentos da perna ao andar. Esse caroço pode drenar uma secreção purulenta esverdeada ou misturada com sangue.

Nos homens, as feridas aparecem na cabeça do pênis (glande). Na mulher, ficam na vagina e/ou no ânus. Nem sempre a ferida é visível, mas provoca dor na relação sexual e ao evacuar.

Tratamento - Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde, para o diagnóstico precoce e indicação do tratamento com antibiótico adequado.


Clamídia e Gonorréia

Clamídia e Gonorréia são infecções causadas por bactérias que podem atingir os órgãos genitais masculino e feminino. A Clamídia é muito comum entre os adolescentes e adultos jovens, podendo causar graves problemas à saúde. A Gonorréia pode infectar o pênis, o colo do útero, o reto (canal anal), a garganta e os olhos. Quando não tratadas, essas doenças podem causar infertilidade (dificuldade para ter filhos), dor durante a relação sexual, gravidez nas trompas, entre outros danos à saúde.

Sinais e Sintomas - Nas mulheres, pode haver dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), aumento de corrimento, sangramento fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual. Entretanto, é muito comum estar doente e não ter sintoma algum. Por isso, é recomendável procurar um serviço de saúde periodicamente, em especial se houve sexo sem camisinha.

Nos homens, normalmente há uma sensação de ardor e esquentamento ao urinar, podendo causar corrimento ou pus, além de dor nos testículos. É possível que não haja sintomas e o homem transmita a doença sem saber. Para evitar, é necessário o uso da camisinha em todas as relações sexuais.

Diagnóstico - Por meio da consulta com um profissional de saúde, exame clínico específico e coleta de secreções genitais.

Tratamento - Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas DST, é recomendado procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado, com o uso de antibióticos específicos.



Oftalmia Neonatal - É uma conjuntivite do recém-nascido após contaminação, durante o nascimento, com secreções genitais da mãe infectada por Clamídia e/ou Gonorréia não tratadas. Surge no primeiro mês de vida e, se não prevenida ou tratada adequadamente, pode levar à cegueira.

Seus sinais e sintomas principais são vermelhidão e inchaço das pálpebras e/ou presença de secreção (pus) nos olhos.

Deve ser feita a prevenção em todos os recém-nascidos com um colírio, aplicado na primeira hora após o nascimento, ainda na maternidade.

Todo caso de Oftalmia Neonatal deve receber tratamento imediato para as principais bactérias causadoras (genococo, causador da Clamídia e Gonorréia), a fim de prevenir consequencias graves, como a cegueira. A mãe e seu(s) parceiro(s) sexuais devem ser avaliados e tratados.


Condiloma Acuminado - HPV

O Condiloma Acuminado - HPV, também conhecido como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de crista, é uma DST causada pelo Papilomavírus humano (HPV). Atualmente, existem mais de 100 tipos de HPV - alguns deles podendo causar câncer, principalmente no colo do útero e do ânus. Entretanto, a infecção pelo HPV é muito comum e nem sempre resulta em câncer. O exame de prevenção do câncer ginecológico, o Papanicolau, pode detectar alterações precoces no colo do útero e deve ser feito de rotina por todas as mulheres.

Não se conhece o tempo em que o HPV pode permanecer sem sintomas e quais são os fatores responsáveis pelo desenvolvimento de lesões. Por esse motivo, é recomendável periodicamente procurar serviços de saúde para consultas.

Sinais e Sintomas - A infecção pelo HPV normalmente causa verrugas de tamanhos variáveis. No homem, é mais comum na cabeça do pênis (glande) e na região do ânus. Na mulher, os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região do ânus e colo do útero. As lesões também podem aparecer na boca e na garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.

Formas de Contágio - A principal forma de transmissão desse vírus é pela via sexual. Para ocorrer o contágio, a pessoa infectada não precisa apresentar sintomas. Mas, quando a verruga é visível, o risco de transmissão é muito maior. O uso da camisinha durante a relação sexual geralmente impede a transmissão do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.

Tratamento - Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.

Vacina - Foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais presentes no câncer de colo do útero. Essas vacinas, na verdade, previnem contra a infecção por HPV. Mas o real impacto da vacinação contra o câncer de colo do útero só poderá ser observado após décadas. Uma dessas vacinas é quadrivalente, ou seja, previne contra 4 tipos de HPV: o 16 e o 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e o 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra vacina é específica para os subtipos 16 e 18.

É fundamental deixar claro que a adoção da vacina não substituirá a realização regular do exame de citologia, o Papanicolau (preventivo). Trata-se de mais uma estratégia possível para o enfrentamento do problema e um momento importante para avaliar se há existência de DST. Ainda há muitas perguntas sem resposta relativas à vacina:

  • Ela só previne contra as lesões pré-cancerosas ou também contra o desenvolvimento do câncer de colo do útero?
  • Qual o tempo de proteção conferido pela vacina?
  • Levando-se em conta que a maioria das infecções por HPV são facilmente debeladas pelo sistema imunológico, como a vacinação afeta a imunidade natural contra o HPV?
  • Como a vacina afeta outros tipos de HPV associados ao câncer de colo do útero e condilomas (verrugas)?

A vacina funciona estimulando a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e sua persistência durante um longo período de tempo.

A duração da imunidade conferida pela vacina ainda não foi determinada, principalmente pelo pouco tempo em que é comercializada no mundo, desde 2007. Até o momento, só se tem convicção de 5 anos de proteção. Na verdade, embora se trate da mais importante novidade surgida na prevenção à infecção pelo HPV, ainda é preciso delimitar qual é o seu alcance sobre a incidência e a mortalidade do câncer de colo do útero.

A forma como as informações sobre o uso e a eficácia da vacina têm chegado à população brasileira é adequada?

Não. É preciso que fabricantes, imprensa, profissionais e autoridades de saúde estejam conscientes de sua responsabilidade. É imprescindível esclarecer sob quais condições a vacina pode se tornar um mecanismo eficaz de prevenção para não gerar uma expectativa irreal de solução do problema e desmobilizar a sociedade e seus agentes com relação às políticas de promoção e prevenção realizadas. Deve-se informar que, segundo as pesquisas, as principais beneficiadas são as meninas que ainda não fizeram sexo, que as mulheres deverão manter a rotina de realização do exame Papanicolau e as DST que, mesmo comprovada a eficácia da vacina e sua aplicação ocorra em larga escala, uma redução significativa dos indicadores da doença pode demorar algumas décadas.


Doença Inflamatória Pélvica - DIP

A Doença Inflamatória Pélvica - DIP, pode ser causada por várias bactérias que atingem os órgãos sexuais internos da mulher, como útero, trompas e ovário, causando inflamações.

Formas de Contágio - Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A maioria dos casos ocorre em mulheres que tenham outra DST, principalmente Clamídia e Gonorréia não tratadas. Entretanto, também pode ocorrer após algum procedimento médico local (inserção de DIU - Dispositivo Intra-Uterino, biópsia na parte interna do útero, curetagem).

Sinais e Sintomas - A DIP manifesta-se por dor na parte baixa do abdômen (no "pé da barriga" ou baixo ventre). Também pode haver secreção vaginal (do colo do útero), dor durante a relação sexual, febre, desconforto abdominal, fadiga, dor nas costas e vômitos. Pode haver evolução para forma grave, com necessidade de internação hospitalar para tratamento com antibióticos por via venosa.

Tratamento - Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar imediatamente um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.

Donovanose

É uma infecção causada pela bactéria Klebsiella granulomatis, que afeta a pele e mucosas das regiões da genitália, da virilha e do ânus. Causa úlceras e destrói a pele infectada. É mais frequente no norte do Brasil e em pessoas com baixo nível socioeconômico e higiênico.

Sinais e Sintomas - Os sintomas incluem caroços e feridas vermelhas de sangramento fácil. Após a infecção, surge uma lesão nos órgãos genitais, que lentamente se transforma em úlcera ou caroço vermelho. Essa ferida pode atingir grandes áreas, danificar a pele em volta e facilitar a infecção por outras bactérias. Como as feridas não causam dor, a procura pelo tratamento pode ocorrer tardiamente, aumentando o risco de complicações.

Tratamento - O tratamento, com uso de antibióticos, deve ser prescrito por profissional de saúde após avaliação cuidadosa. Deve haver retorno após o término do tratamento para avaliação de cura da infecção. É necessário evitar contato sexual até que os sintomas tenham desaparecido e o tratamento finalizado.


Herpes

É uma doença causada por um vírus que, apesar de não ter cura, tem tratamento. Seus sintomas são, geralmente, pequenas bolhas agrupadas que se rompem e se transformam em feridas. Depois que a pessoa teve contato com o vírus, os sintomas podem reaparecer dependendo de fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo, uso prolongado de antibióticos e menstruação. Em homens e mulheres, os sintomas geralmente aparecem na região genital (pênis, ânus, vagina e colo do útero).

Formas de Contágio - O herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal) sem camisinha com uma pessoa infectada. Em mulheres, durante o parto, o vírus pode ser transmitido para o bebê se a gestante apresentar lesões por herpes. Por ser muito contagiosa, a primeira orientação dada a quem tem herpes é uma maior atenção aos cuidados de higiene: lavar bem as mãos, evitar contato direto das bolhas e feridas com outras pessoas e não furar as bolhas.

Sinais e Sintomas - Essa doença é caracterizada pelo surgimento de pequenas bolhas na região genital, que se rompem formando feridas e desaparecendo espontaneamente. Antes do surgimento das bolhas, pode haver sintomas como formigamento, ardor e coceira no local, além de febre e mal-estar. As bolhas se localizam principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas.

Tratamento - Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Não furar as bolhas e não aplicar pomadas no local sem recomendação profissional.


Infecção pelo Vírus T-Linfotrópico Humano - HTLV

A doença é causada por um vírus e possui duas formas: o tipo 1, relacionado a doença neurológica e leucemia; e o tipo 2, mais raro. O Vírus T-Linfotrópico Humano - HTLV, infecta as células de defesa do organismo, os linfócitos T, e surgiu em 1980, a partir de um paciente com um tipo raro de leucemia de células T, tipo de câncer que ataca a medula óssea.

Formas de Contágio - A transmissão desse vírus se dá pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada, uso em comum de seringas e agulhas durante o uso de drotas e da mãe infectada para o recém-nascido (principalmente pelo aleitamento materno). Por isso, é indicado usar camisinha sempre. Mulheres grávidas também precisam fazer acompanhamento médico.

Sinais e Sintomas - Os sintomas mais comuns são dor nas pernas e na região lombar (parte inferior da coluna lombar) e dificuldade para defecar ou urinar. Porém, 99% dos portadores do HTLV nunca desenvolverão qualquer problema de saúde relacionado a esse vírus.

Tratamento - Como o risco de desenvolvimento de doença associado ao HTLV é muito baixo, não existe indicação de tratamento nos casos assintomáticos. Na presença de qualquer sinal ou sintoma de possível DST, é recomendado procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado.

Linfogranuloma Venéreo

É uma infecção crônica causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, que atinge os genitais e os gânglios da virilha.

Formas de Contágio - A transmissão do Linfogranuloma Venéreo ocorre pelo sexo desprotegido com uma pessoa infectada. Por isso, é preciso usar camisinha sempre e cuidar da higiene íntima após a relação sexual.

Sinais e Sintomas - Os primeiros sintomas aparecem de 7 a 30 dias após a exposição à bactéria. Primeiro, surge uma ferida ou caroço muito pequeno na pele dos locais que estiveram em contato com essa bactéria (pênis, vagina, boca, colo do útero e ânus) que dura, em média, de 3 a 5 dias. É preciso estar atento às mudanças do corpo, pois essa lesão, além de passageira, não é facilmente identificada. Entre 2 a 6 semanas após a ferida, surge um inchaço doloroso dos gânglios da virilha. Se esse inchaço não for tratado rapidamente, pode piorar e formar feridas com saída de secreção purulenta, além de deformidade local. Pode haver, também, sintomas gerais como dor nas articulações, febre e mal-estar.

Tratamento - Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado, que consiste no uso de antibióticos por tempo determinado.


Sífilis

É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode se manifestar em três estágios. Os maiores sintomas ocorrem nas duas primeiras fases, período em que a doença é mais contagiosa. O terceiro estágio pode não apresentar sintomas e, por isso, dá a falsa impressão de cura da doença.

Todas as pessoas sexualmente ativas devem realizar o teste para diagnosticar a Sífilis, principalmente as gestantes no primeiro trimestre de gestação, pois a Sífilis Congênita pode causar aborto, má formação do feto e/ou morte ao nascer. O cuidado também deve ser especial durante o parto para evitar sequelas no bebê, como cegueira, surdez e deficiência mental.

Formas de Contágio - A Sífilis pode ser transmitida de uma pessoa para outra durante o sexo sem camisinha com alguém infectado, por transfusão de sangue contaminado ou da mãe infectada para o bebê durante a gestão ou parto. O uso da camisinha em todas as relações sexuais e o correto acompanhamento durante a gravidez são meios simples, confiáveis e baratos de prevenir-se contra a Sífilis.

Sinais e Sintomas - Os primeiros sintomas da doença são pequenas feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre 7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento, essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar certo estágio, podem surgir manchas em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.

Após algum tempo, que varia de pessoa para pessoa, as manchas também desaparecem, dando a idéia de melhora. A doença pode ficar estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.

Tratamento - Recomenda-se procurar um profissional de saúde, pois só ele pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estágio. É importante seguir as orientações médicas para curar a doença.


Sífilis Congênita

É a transmissão da doença de mãe para filho. A infecção é grave e pode causar má formação do feto, aborto ou morte do bebê quando este nasce gravemente doente. Por isso, é importante fazer o teste para detectar a Sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado é positivo, tratar corretamente a mulher e seu parceiro. Só assim se consegue evitar a transmissão da doença.

Sinais e Sintomas - A Sífilis Congênita pode se manifestar logo após o nascimento, durante ou após os primeiros dois anos de vida da criança. Na maioria dos casos, os sinais e sintomas estão presentes já nos primeiros meses de vida. Ao nascer, a criança pode ter pneumonia, feridas no corpo, cegueira, dentes deformados, problemas ósseos, surdez ou deficiência mental. Em alguns casos, a Sífilis pode ser fatal.

O diagnóstico se dá por meio do exame de sangue e deve ser pedido no primeiro trimestre da gravidez. O recomendado é fazer o teste duas vezes durante a gravidez e repeti-lo logo antes do parto, já na maternidade. Quem não faz pré-natal, deve realizar o teste antes do parto. O maior problema da Sífilis é que, na maioria das vezes, as mulheres não sentem nada e só vão descobrir a doença após o exame.

Tratamento - Quando a Sífilis é detectada, o tratamento deve ser indicado por um profissional de saúde e iniciado o mais rápido possível. Os parceiros também precisam fazer o teste e ser tratados para evitar uma nova infecção na mulher. No caso das gestantes, é muito importante que o tratamento seja feito com a penicilina, pois é o único medicamento capaz de tratar a mãe e o bebê. Com qualquer outro remédio, o bebê não estará sendo tratado. Se ele tiver Sífilis Congênita, necessita ficar internado para tratamento por 10 dias.

Cuidados com o Recém-Nascido - Todos os bebês devem realizar o exame para Sífilis independentemente dos exames da mãe. Os bebês que tiverem suspeita de Sífilis Congênita precisam fazer uma série de exames antes de recer alta.

Tricomoníase

É uma infecção causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Nas mulheres, ataca o colo do útero, a vagina e a uretra; e, nos homens, o pênis.

Sinais e Sintomas - Os sintomas mais comuns são dor durante a relação sexual, ardência e dificuldade para urinar, coceira nos órgãos sexuais, porém a maioria das pessoas infectadas não sente alterações no organismo.

Formas de Contágio - A doença pode ser transmitida pelo sexo sem camisinha com uma pessoa infectada. Para evitá-la, é necessário usar camisinha em todas as relações sexuais (vaginais, orais ou anais). É a forma mais simples e eficaz de evitar uma doença sexualmente transmissível.

Tratamento - Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessa DST, é recomendado procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. Os parceiros também precisam de tratamento, para que não haja nova contaminação da doença.


 Hepatites Virais

Grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, a Hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por vírus, uso de alguns remédios, álcool e outras drogas, além de doenças auto-imunes, metabólicas e genéticas. São doenças silenciosas que nem sempre apresentam sintomas, mas quando aparecem podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjôo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

No Brasil, as Hepatites Virais mais comuns são causadas pelos vírus A, B, C e D. Existe, ainda, o vírus E, mais frequente na África e na Ásia. Milhões de pessoas no Brasil são portadoras dos vírus B ou C e não sabem. Elas correm o risco de as doenças evoluirem e causarem danos mais graves ao fígado, como cirrose e câncer. Por isso, é importante ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam a Hepatite.

A evolução das hepatites varia conforme o tipo de vírus e outros aos hospedeiros. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de Hepatite (não possuindo potencial para formas crônicas). Isto quer dizer que, após uma Hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo. Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas, quanto crônicas de infecção, quando a doença persiste no organismo por mais de 6 meses.

As Hepatites Virais são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no país e ajuda a tratar diretrizes de políticas públicas no setor.

Sintomas - Em grande parte dos casos, as Hepatites Virais são doenças silenciosas, o que reforça a necessidade de ir ao médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam os vários tipos de hepatites. Mas, quando os sintomas aparecem, estes podem ser: febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, enjôo/náuseas, vômitos, perda de apetite, urina escura (cor de café), icterícia (olhos e pele amarelados) e fezes esbranquiçadas (como massa de vidraceiro).


Hepatite A

A Hepatite A é uma doença contagiosa, causada pelo vírua A (VHA - vírus de RNA pertencente à família dos Picornavírus) e também conhecida como "hepatite infecciosa". Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Geralmente, não apresenta sintomas. Porém, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 15 a 50 dias após a infecção.

O diagnóstico da doença é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HAV. Após a confirmação, o profissional de saúde indicará o tratamento mais adequado, de acordo com a saúde do paciente. A doença é totalmente curável quando o portador segue corretamente todas as recomendações médicas. Na maioria dos casos, a Hepatite A é uma doença de caráter benigno. Causa insuficiência hepática aguda grave em menos de 1% dos casos, sendo esse percentual maior em pessoas acima de 65 anos.

Prevenção - A melhor forma de se evitar a doença é melhorando as condições de higiene e de saneamento básico. Atualmente, o SUS disponibiliza uma vacina específica contra o vírus causador da Hepatite A. Entretanto, esta vacina só é recomendada em situações especiais, como em pessoas com outras doenças crônicas no fígado ou que fizeram transplante de medula óssea, por exemplo.


Hepatite B

Causada pelo vírus B (VHB - vírus DNA de fita dupla da família Hepadnaviridae), a Hepatite B é uma doença infecciosa também chamada de soro-homóloga. Como o VHB está presente no sangue, no esperma e no leite materno, sua transmissão ocorre pelas relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada; ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam; de mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou amamentação. Por suas formas de transmissão, a Hepatite B é considerada uma doença sexualmente transmissível.

A maioria dos casos de Hepatite B não apresenta sintomas. Mas, os mais frequentes são cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 1 a 6 meses após a infecção. A Hepatite B pode se desenvolver de duas formas: aguda e crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração, enquanto a crônica é quando a doença dura mais de 6 meses. Geralmente, a hepatite aguda evolui para crônica em 5 a 10% dos adultos infectados.

O diagnóstico da Hepatite B é feito por meio de exame de sangue específico. Após o resultado positivo, o médico indicará o tratamento adequado. Além dos medicamentos (quando necessários), é indicada uma dieta de fácil digestão (para não sobrecarregar o fígado), corte no consumo de bebidas alcoólicas pelo período mínimo de 6 meses e remédios para aliviar sintomas como vômito e febre. Em pessoas adultas infectadas pelo VHB, 90 a 95% se curam; enquanto que 5 a 10% permanecem com o vírus por mais de 6 meses, evoluindo para a forma crônica da doença.

Prevenção - A prevenção desta doença é muito fácil. Basta tomar as 3 doses da vacina, usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha ou outro objeto cortante com outras pessoas. O preservativo está disponível na rede pública de saúde. Caso não saiba onde retirar a camisinha, ligue para o Disque-Saúde, 0800-611997.

Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar a Hepatite, a Aids e a Sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e a não amamentação até que a criança tome a primeira dose da vacina contra esse tipo de hepatite.

Vacina - Atualmente, o SUS disponbiliza vacina contra a Hepatite B. Todas as pessoas podem, e devem, tomar a vacina. Ela é gratuita e pode ser dada em qualquer posto de saúde. A imunização é realizada em 3 doses, com intervalo de 1 mês entre a primeira e a segunda dose e de 6 meses entre a primeira e a terceira dose.


Hepatite C

Essa hepatite é causada pelo vírus C (VHC - vírus RNA de fita simples, pertencente à família Flaviviridae), já tendo sido chamada de "Hepatite não A não B". O vírus C, assim como o causador da Hepatite B, está presente no sangue. Entre as causas de transmissão estão: transfusão de sangue; compartilhamento de seringas contaminadas ou outros objetos que furam ou cortam, como alicates de unha, giletes e instrumentos cirúrgicos, de tatuagens e acupuntura; da mãe infectada para o filho durante a gravidez; através do sexo sem camisinha com uma pessoa infectada (forma mais rara de infecção).

O surgimento de sintomas em pessoas com Hepatite C aguda é muito raro. Entretanto, os que mais aparecem são cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Por se tratar de uma doença silenciosa, é imporante consultar com um médico regularmente e fazer os exames de rotina que detectam todas as formas de hepatite. O diagnóstico precoce dos tipos B, C e D pode evitar doenças mais graves como cirrose ou câncer de fígado.

Quando a reação inflamatória persiste sem melhora por mais de 6 meses, comum em 80% dos casos, os profissionais de saúde consideram que a infecção evoluiu para a forma crônica. Quando necessário, o tratamento é complexo e dependerá da realização de exames específicos, como biópsia hepática e exames de biologia molecular. As chances de cura variam de 50 a 80% dos casos.

Prevenção - Evitar a doença é muito fácil. Basta não compartilhar seringas, agulhas e outros objetos cortantes com outras pessoas e usar camisinha em todas as relações sexuais. O preservativo está disponível na rede pública de saúde. Caso você não saiba onde retirar a camisinha, ligue para o disque-saúde (0800-611997).

Além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar as hepatites, Aids e a Sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, bem como a não amamentação quando há fissuras no seio da mãe que permitam a passagem de sangue.


Hepatite D

A Hepatite D, também chamada de Delta, é causada pelo vírus D (VHD - vírus incompleto que precisa do antígeno de superfície HBsAg para se multiplicar). Entretanto, esse vírus depende da presença do vírus do tipo B para contaminar uma pessoa. Sua transmissão, assim como ocorre com o vírus B, ocorre: por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada; ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam; de mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação. Por suas formas de transmissão, é considerada uma doença sexualmente transmissível.

Da mesma forma que as outras hepatites, a do tipo D pode não apresentar sintomas ou sinais discretos da doença. Os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 30 a 50 dias após a infecção.

A gravidade da doença depende do momento da infecção pelo vírus D. Pode ocorrer ao mesmo tempo em que ocorre a contaminação pelo vírus B ou atacar portadores de Hepatite B crônica (quando a infecção persiste por mais de 6 meses).

Infecção Simultânea dos Vírus B e D - Na maioria das vezes, manifesta-se da mesma forma que a hepatite aguda B. Não há tratamento específico e a recomendação médica consiste em repouso, alimentação leve e proibição do consumo de bebidas alcoólicas por um ano. Apesar disso, a co-infecção tem completa recuperação. A evolução para a forma crônica da doença ocorre em 5% dos casos.

Infecção pelo vírus D em Portadores do vírus B - Nesses casos, o fígado pode sofrer danos severos, como cirrose ou até mesmo formas fulminantes de hepatite. Pelo caráter grave dessa forma de hepatite, o diagnóstico deve ser feito o mais rápido possível e o tratamento só pode ser indicado por médico especializado. É a principal causa de cirrose hepática em crianças e adultos jovens na região amazônica do Brasil.

Prevenção - Como a Hepatite D depende da presença do vírus B para se reproduzir, as formas de evitá-la são as mesmas do tipo B da doença. Além de tomar as 3 doses da vacina que previne contra a Hepatite B, é recomendado: não compartilhar alicates de unha, lâminas de barbear, escovas de dente, seringas ou agulhas para uso de drogas injetáveis; usar preservativo em todas as relações sexuais (vaginal, anal e oral); além disso, toda mulher grávida precisa fazer o pré-natal e os exames para detectar as hepatites, a Aids e a Sífilis. Esse cuidado é fundamental para evitar a transmissão de mãe para filho. Em caso positivo, é necessário seguir todas as recomendações médicas, inclusive sobre o tipo de parto e a não amamentação, até que a criança tome a primeira dose da vacina contra o tipo B.


Hepatite E

De ocorrência rara no Brasil e comum na Ásia e na África, a hepatite do tipo E é uma doença infecciosa viral causada pelo vírus VHE (vírus tipo RNA, pertencente à família Caliciviridae). Sua transmissão é fecal-oral, por contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados pelo vírus. Como as outras variações da doença, não apresenta sintomas. Porém, quando presentes, os mais frequentes são: cansaço, tontura, enjôo e/ou vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de 15 a 60 dias após a infecção.

O diagnóstico é realizado por exame de sangue, no qual se procura por anticorpos anti-HEV. Na maioria dos casos, a doença não requer tratamento, sendo proibido o consumo de bebidas alcoólicas e recomendado repouso e dieta pobre em gorduras. A internação só é indicada em pacientes com quadro clínico mais grave, principalmente mulheres grávidas.

Prevenção - A melhor forma de se evitar a doença é melhorando as condições de saneamento básico e medidas educacionais de higiene.


Vacina

Atualmente, o Ministério da Saúde oferece vacina contra a hepatite dos tipos A e B, nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) e nos postos de saúde, respectivamente. Não existe vacina contra Hepatite C, o que reforça a necessidade de um controle adequado da cadeia de transmissão, bem como entre grupos vulneráveis, por meio de políticas de redução de danos.

Vacina contra a Hepatite A - Não faz parte do calendário nacional de vacinação. O encaminhamento, quando indicado, deverá ser feito pelo médico. No entanto, essa vacina está disponível no CRIE, nas seguintes situações:

  • Hepatopatias crônicas de qualquer etiologia;
  • Portadores crônicos do HBV e HCV;
  • Coagulopatias;
  • Crianças menores de 13 anos com HIV/Aids;
  • Adultos com HIV/Aids que sejam portadores dos vírus causadores das hepatites dos tipos B ou C;
  • Doenças de depósito;
  • Fibrose cística;
  • Trissomias;
  • Imunodepressão terapêutica ou por doença imunodepressora;
  • Candidatos a transplante de órgão sólido, cadastrados em programas de transplantes;
  • Transplantados de órgão sólido ou de medula óssea;
  • Doadores de órgão sólido ou de medula óssea, cadastrados em programas de transplantes;

Vacina contra a Hepatite B - Faz parte do calendário de vacinação da criança e do adolescente e está disponível nas salas de vacina do SUS. Todo recém-nascido deve receber a primeira dose da vacina logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a gestante tiver Hepatite B, o recém-nascido deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a Hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão de mãe para filho. Caso não tenha sido possível iniciar o esquema vacinal na unidade neonatal, recomenda-se a vacinação na primeira visita à unidade pública de saúde.

A oferta dessa vacina estende-se também a outros grupos em situações de maior vulnerabilidade, independentemente da faixa etária:

  • Gestantes, após o primeiro trimestre de gestação;
  • Estudantes e trabalhadores da saúde;
  • Bombeiros e policiais militares, civis e rodoviários;
  • Carcereiros de delegacias e penitenciárias;
  • Coletadores de lixo hospitalar e domiciliar;
  • Comunicantes sexuais de pessoas portadoras do vírus causador da Hepatite B;
  • Doadores de sangue;
  • Homens e mulheres que mantêm relações sexuais com pessoas do mesmo sexo;
  • Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais;
  • Pessoas reclusas (presídios, hospitais psiquiátricos, instituições de menores, forças armadas, etc);
  • Manicures, pedicures e podólogos;
  • Populações de assentamentos e acampamentos;
  • População indígena;
  • Potenciais receptores de múltiplas transfusões de sangue ou politransfundidos;
  • Profissionais do sexo / prostitutas;
  • Usuários de drogas injetáveis, inaláveis e pipadas;
  • Portadores de doenças sexualmente transmissíveis (DST);
  • Caminhoneiros;
  • Portadores de Hepatite C.


 

Tuberculose

Doença infecto-contagiosa causada por uma bactéria (Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch) que afeta principalmente os pulmões, mas também pode ocorrer em outros órgãos do corpo, como ossos, rins e meninges (membranas que envolvem o cérebro).

Sintomas - Alguns pacientes não exibem nenhum indício da doença, outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns anos (ou meses). Contudo, na maioria dos infectados, os sinais e sintomas mais frequentes descritos são: tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de 4 semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa geralmente à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza; e prostração. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue, colapso do pulmão e acumulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) - se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.

Transmissão - A transmissão é direta, de pessoa a pessoa. Portanto, a aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão. O doente expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo, contaminando-o. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da doença.

Cuidados que o Doente de Tuberculose deve Ter - Proteger a boca com lenço ou papel ao tossir ou espirrar; não cuspir ou escarrar no chão; colocar ao sol, travesseiros, cobertores e colchões; ventilar bem o quarto e a casa; evitar aglomerações de pessoas em ambientes fechados e sem ventilação.

Tratamento - O tratamento à base de antibióticos é 100% eficaz, no entanto, não pode haver abandono. A cura leva 6 meses, mas muitas vezes o paciente não recebe o devido esclarecimento e acaba desistindo antes do tempo. Para evitar o abandono do tratamento é importante que o paciente seja acompanhado por equipes com médicos, enfermeiros, assistentes sociais e visitadores devidamente preparados.

Prevenção - Para prevenir a doença é necessário imunizar as crianças com a vacina BCG. Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de Aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, e não utilizar objetos de pessoas contaminadas.

As pessoas que convivem com o doente e os que têm sintomas respiratórios à unidade de saúde para os exames necessários.


 

Previna-se

Formas de Infecção do HIV/Aids e Hepatites Virais

HIV/Aids - Como o HIV, vírus causador da Aids, está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, a doença pode ser transmitida de várias formas:

  1. Sexo sem camisinha (vaginal, anal ou oral);
  2. De mãe infectada para o filho durante a gestação, parto ou amamentação;
  3. Uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa;
  4. Transfusão de sangue contaminado com o HIV;
  5. Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.

Evitar a doença não é difícil. Basta usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com outras pessoas. O preservativo está disponível na rede pública de saúde.

Hepatites Virais - Quanto às formas de contágio, as hepatites virais podem ser classificadas em 2 grupos:

  1. Fecal-Oral (vírus A e E) - A contaminação depende de condições de saneamento básico e água, além de higiene pessoal e dos alimentos;
  2. Sanguínea (vírus B, C e D) - Assim como o HIV, a transmissão pode ocorrer pelo sexo desprotegido; ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam; ou de mãe para filho durante a gravidez, parto e amamentação.


Por que usar a Camisinha

A camisinha é o método mais eficaz para se prevenir contra muitas doenças sexualmente transmissíveis, como a Aids, alguns tipos de hepatites e a Sífilis, por exemplo. Além disso, evita uma gravidez não planejada. Por isso, use a camisinha sempre.

Mas o preservativo não deve ser uma opção somente para quem não se infectou com o HIV. Além de evitar a transmissão de outras doenças, que podem prejudicar ainda mais o sistema imunológico, previne contra a reinfecção pelo vírus causador da Aids, o que pode agravar ainda mais a saúde da pessoa.


Cuidados para o Uso Correto da Camisinha Masculina

  1. Abrir a embalagem com cuidado, nunca com os dentes ou outros objetos que possam danificá-la;
  2. Colocar a camisinha somente quando o pênis estiver ereto;
  3. Apertar a ponta da camisinha para retirar todo o ar e depois desenrolar a camisinha até a base do pênis;
  4. Se for preciso usar lubrificantes, usar somente os à base de água, evitando vaselina e outros lubrificantes à base de óleo;
  5. Após a ejaculação, retirar a camisinha com o pênis ainda ereto, fechando com a mão a abertura para evitar que o esperma vaze de dentro da camisinha, e dar um nó no meio da camisinha para depois jogá-la no lixo;
  6. Nunca usar a camisinha mais de uma vez;
  7. Não utilize preservativos que estão há muito tempo guardados em locais abafados, como bolsos de calça, carteira ou porta-luvas de carros, pois ficam mais sujeitos ao rompimento;
  8. Utilize somente um preservativo por vez, já que preservativos sobrepostos podem se romper com o atrito.

Além desses cuidados, também é preciso certificar-se de que o produto contenha a identificação completa do fabricante ou do importador. Observe as informações sobre o número do lote e a data de validade e verifique se a embalagem do preservativo traz o símbolo de certificação do INMETRO, cuja finalidade é atestar a qualidade do produto.


Como usar a Camisinha Feminina

A camisinha feminina é uma bolsa feita de um plástico macio, o poliuretano, que é um material mais fino que o látex do preservativo masculino. Essa bolsa recebe o líquido que o homem libera na relação sexual, impedindo o contato direto dos espermatozóides com o canal vaginal e com o colo do útero da mulher, evitando assim a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, a transmissão do HIV, e prevenindo a gravidez não planejada.

A bolsa tem 15cm de comprimento e 8cm de diâmetro, sendo, portanto, bem mais larga que o preservativo masculino. Tem, portanto, maior lubrificação. Na extremidade fechada existe um anel flexível e móvel que serve de guia para a colocação da camisinha no fundo da vagina. A borda do outro extremo termina em outro anel flexível, que vai cobrir a vulva (parte externa da vagina).

Passo a passo


A Camisinha é Impermeável

A impermeabilidade é um dos fatores que mais preocupam as pessoas. Pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos esticaram e ampliaram 2 mil vezes o látex do preservativo masculino (via microscópio eletrônico) e não foi encontrado nenhum poro. Em outro estudo, foram examinadas as 40 marcas de camisinha mais utilizadas em todo o mundo. A borracha foi ampliada 30 mil vezes (nível de ampliação que possibilita a visão do HIV) e nenhum exemplar apresentou poros.

Em 1992, cientistas usaram microesferas semelhantes ao HIV em concentração 100 vezes maior que a quantidade encontrada no sêmen. Os resultados demonstram que, mesmo nos casos em que a resistência dos preservativos tornou-se menor, os vazamentos foram inferiores a 0,01% do volume total. Ou seja, mesmo nas piores condições, os preservativos oferecem 10 mil vezes mais proteção contra o vírus da Aids do que a sua não utilização.


Onde Pegar

Os preservativos femininos e masculinos são distribuidos gratuitamente em todas as unidades de saúde e no Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho (Alameda Manoel Ribas, 01 - Centro - Londrina/PR).


Pré-Natal

Toda mulher grávida deve fazer o teste da Aids. Esse exame é especialmente importante durante os meses de gestação pois, em caso positivo para infecção da mãe, ela poderá receber um tratamento adequado e, na hora do parto, evitar a transmissão vertical (de mãe para filho) do HIV. Se forem tomados todos os cuidados devidos, esse risco pode ser reduzido em até 67%.

A prevenção de uma transmissão vertical é feita pela mãe, sempre sob orientação médica, por meio do uso do AZT durante a gravidez e no momento do parto. O recém-nascido também deve fazer uso desse mesmo medicamento por um período de 6 semanas.

A transmissão do HIV também pode acontecer durante a amamentação, através do leite materno. Portanto, o leite da mãe deve ser substituído por leite artificial ou leite humano processado em bancos de leite, que fazem aconselhamento e triagem das doadoras.


Uso de Seringas Descartáveis

O risco de um usuário de drogas injetáveis (UDI) infectar-se pelo HIV ou por qualquer outro agente de doença, está atrelado à forma como a droga é utilizada: se houver compartilhamento de seringas e agulhas, esse risco é elevado.


Onde Fazer o Teste de Aids

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. Os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV, podem ser realizados em até 30 minutos, colhendo uma gota de sangue da ponta do dedo. Esses testes são realizados pelo SUS, gratuitamente, nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento - CTA. Os exames podem ser feitos inclusive de forma anônima. Nos CTA, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente.

Em Londrina, o Centro de Testagem e Aconselhamento - CTA, está localizado no Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho, sito à Alameda Manoel Ribas, 01 - Centro - Londrina/PR. Tel: (43) 3379-0144.


Outros Serviços


Casa de Apoio Recanto Amigo

A Casa de Apoio Recanto Amigo é referência em atenção complementar à saúde, na modalidade de casa de apoio tipo 2 para adultos vivendo com o HIV/Aids, para os municípios pertencentes à 17ª Regional de Saúde e demais regionais de saúde do Estado do Paraná, conforme deliberações anuais da Comissão de Intergestores Bipartite do Paraná, atendendo portadores, soropositivos e seus familiares, infectados ou não, crianças, adolescentes, adultos e idosos, do sexo masculino e feminino, independente de credo, raça, cor, religião ou estado de saúde.

A instituição é referência e contra-referência do serviço social do Hospital de Clínicas e do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná, bem como do Centro de Referência Dr. Bruno Piancastelli Filho, além de receber internos da rede de serviços de saúde em Aids dos hospitais e prefeituras da região.

Integra o SUS por meio de contrato com a Secretaria de Saúde do Município de Londrina.

Situada na região norte do Paraná, única casa tipo II do Estado, é referência para toda a região, tendo como mantenedora a Casa de Maria Centro de Apoio a Deficientes, que busca oferecer uma estrutura digna para o atendimento, bem como condições de infra-estrutura buscando atender as normas da vigilância à saúde.

Atualmente, disponibiliza 52 acomodações e instalações aos usuários do SUS, adultos vivendo com HIV/Aids (conforme Portarias do Ministério da Saúde nº 2313/2002, 2314/2002, 824/2003, 1824/2004 e 1212/2005).

Na Casa de Apoio Recanto Amigo, os pacientes recebem os primeiros socorros das infecções oportunistas, a medicação prescrita, transporte e encaminhamento aos hospitais de referência quando necessário, assim como cuidados diários de alimentação, higiene e atendimento de suas necessidades básicas, passando a residir na instituição até que tenha condições de ser re-inserido na sociedade.

Recanto Amigo - Casa de Apoio tipo II para pessoas vivendo com HIV/Aids
Executora: Casa de Maria - Centro de Apoio a Dependentes
Nome fantasia: Casa de Apoio Recanto Amigo - HIV/Aids
Endereço: Av. Paraná, 931 - Centro - Jaguapitã/PR - CEP 86610-000
Fone: (43) 3272-1340
Presidente: Regina Célia Siqueira Almeida (Assistente Social)

Equipe técnica: coordenador, assistente social, psicólogo, enfermeiro, técnico/auxiliar de enfermagem.
Infra-estrutura: serviços de alimentação, lavanderia e rouparia; serviços gerais internos e externos.
Grupo de voluntários: sacerdote, advogado, psiquiatra, psicólogo especializado em neuro-psiquiatria, enfermeiro, arquiteto, engenheiro, entre outros.


ALIA - Associação Londrinense Interdisciplinar de Aids

A ALIA foi fundada em 06/05/1989, como organização não governamental sem fins lucrativos, para somar-se aos esforços mundiais de combate à epidemia de Aids. Formada por profissionais de diversas áreas, pessoas vivendo e convivendo com HIV/Aids, que tem coletivamente a missão de desenvolver atividades culturais, científicas e sociais, voluntárias ou financiadas, priorizando a prevenção das DST/HIV/Aids, observando os princípios da saúde pública, direitos humanos e cidadania, primando pelo fortalecimento e empoderamento de sujeitos excluídos/vulneráveis socialmente, favorecendo sua organização e participação ativa no controle social e na defesa/luta por direitos em Londrina e no Estado do Paraná, reconhecida de utilidade pública municipal, estadual e federal, com registro junto ao CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social, CMAS - Conselho Municipal de Assistência Social e Fundo Municipal de Assistência Social.

Objetivo Geral Institucional - Contribuir para a redução da vulnerabilidade de grupos sociais frente às DST/HIV/Aids por meio de ações socioeducativas de promoção à saúde, prevenção de doenças e na ampliação do acesso à assistência e a equipamentos de proteção individual (preservativos e kits de RD). Também é objetivo da instituição contribuir na formação profissional técnica e superior de várias áreas/disciplinas, realizar pesquisas e eventos científicos, produção e distribuição de materiais educativos.


Núcleo de Redução de Danos

COMUNIAIDS

A COMUNIAIDS tem importância fundamental no desenvolvimento da política municipal de DST/Aids para o controle destes agravos, bem como no planejamento e no monitoramento do Plano de Ações e Metas Anuais.

A Comissão Municipal de Prevenção e Controle de DST/HIV/Aids, por ser um colegiado de caráter eminentemente consultivo e propositivo, não obedece à paridade do segmento de usuários, trabalhadores, prestadores e gestores de saúde, conforme constituição do Conselho Municipal de Saúde.

Passa a integrar a comissão municipal as OG e OSC que atuam nas áreas de promoção, prevenção, assistência e controle das DST/HIV/Aids no município de Londrina, ressaltando a importância da participação e intersetorialidade dos gestores públicos.

Outras instituições e órgãos públicos que desenvolvem atividades relacionadas às DST/HIV/Aids devem compor a Comissão mediante pedido formal de ingresso à mesma.

Para o ingresso, deverá ser apresentado e aprovado em reunião ordinária da Comissão Municipal de Prevenção e Controle de DST/HIV/Aids a qualquer tempo, não tendo número limitado de entidades a compor a Comissão.

Os membros titulares e suplentes da Comissão Municipal de Prevenção e Controle de DST/HIV/Aids serão indicados formalmente pelas OG e OSC, podendo ser substituídos a qualquer tempo através de manifestação formal à Comissão.

Cada representante tem um suplente com plenos poderes para substituir o titular na eventualidade de sua ausência ou impedimento, podendo este exercer o mesmo direito e dever do titular.

O órgão, entidade ou instituição que não se faz representar pelos seus membros a 2 reuniões consecutivas ou a 3 reuniões intercaladas, no prazo de um ano, é desligado.

As entidades, instituições ou órgãos representados na Comissão, pelos membros faltosos, deverão ser comunicadas a partir da primeira falta consecutiva, ou da segunda intercalada, através de correspondência.


 

Doenças e Agravos Não Transmissíveis - DANT

O termo Doenças e Agravos Não Transmissíveis - DANT, foi instituído agrupando um conjunto de agravos os quais o processo causal não está baseado em mecanimos de transmissão de agentes etiológicos, como ocorre com as doenças transmissíveis. As DANT dependem de uma rede causal constituída pela interação de diversos fatores de natureza biológica, social, etc. Incluem-se nesse rol as doenças do aparelho circulatório, os vários tipos de câncer, a obesidade, os transtornos mentais, a violência e os acidentes.

O aumento das DANT no Brasil, ocorrido nas últimas décadas, deve-se a vários fatores como a urbanização, melhorias nos cuidados com a saúde, mudança nos estilos de vida, que, associados, promoveram um processo de transição epidemiológica e demográfica.

O Brasil segue a tendência mundial de processo de transição demográfica, epidemiológica e nutricional, ou seja, desde a década de 60 vem apresentando queda nas taxas de fecundidade e natalidade e um progressivo aumento na proporção de idosos, favorecendo o aumento das doenças crônico-degenerativas (doenças cardiovasculares, câncer, diabetes, doenças respiratórias); e a transição nutricional, com diminuição expressiva da desnutrição e aumento do número de pessoas com excesso de peso (sobrepeso e obesidade). Somam-se a isso o aumento dos traumas decorrentes das causas externas (violência, acidentes, envenenamentos, etc.).

As DANT são responsáveis por grande parcela da carga de doenças no Brasil. Atualmente, cerca de dois terços da carga de doenças no país deve-se a doenças não transmissíveis (doenças do aparelho circulatório, neoplasias, diabetes e outras) e causas externas (acidentes e violências).


Vigilância das Doenças Crônicas Não Transmissíveis


As DANT são de etiologia multifatorial e compartilham vários fatores comportamentais de risco modificáveis como o tabagismo, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, a obesidade, as dislipidemias (determinadas principalmente pelo consumo excessivo de gorduras saturadas de origem animal), a alimentação inadequada e a inatividade física.

Estudos epidemiológicos têm mostrado que as doenças cardiovasculares, por exemplo, seriam uma causa relativamente rara de morte na ausência dos principais fatores de risco e indicam que os mecanismos mais efetivos e eficazes na redução da vulnerabilidade da população a essas "novas epidemias" e na defesa da vida saudável são aqueles que operam na prevenção das doenças e na promoção da saúde (BRASIL, 2005).

A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), publicada em março de 2006, é uma das estratégias do Setor Saúde para buscar a melhoria da qualidade de vida da população, visando reduzir a vulnerabilidade e os riscos à saúde relativos aos seus determinantes e condicionantes, como: os modos de vider, as condições de trabalho, habitação, ambiente, educação e lazer, entre outros (BRASIL, 2006). Propõe, ainda, produzir a gestão compartilhada entre usuários, movimentos sociais, trabalhadores do setor sanitário e de outros setores, produzindo autonomia e co-responsabilidade.

No tocante às DANT, o documento da Política Nacional de Promoção da Saúde aponta as seguintes ações prioritárias para o enfrentamento desses agravos calcados nos seus principais fatores de risco modificáveis:

Alimentação Saudável - Uma alimentação saudável deve ser acessível, saborosa, variada, colorida, harmônica e segura quanto aos aspectos sanitários; deve considerar as práticas alimentares culturais e valorizar o consumo de alimentos saudáveis regionais. Além disso, deve ser adequada às necessidades biológicas e sociais dos indivíduos e deve estar de acordo com as fases do curso da vida. A promoção da alimentação saudável é respaldada pelas Políticas Nacionais de Alimentação e Nutrição (PNAN) e de Promoção da Saúde (PNPS).

As escolhas alimentares saudáveis levam a melhorias significativas na qualidade de vida da população. Faz-se necessário desenvolver ações e programas de promoção de hábitos alimentares saudáveis por meio da educação nutricional e promoção da saúde em todos os serviços de saúde, concentrando-as na atenção primária à saúde, entendendo-a como lócus privilegiado para tal.

Prática Corporal / Atividade Física - A prática da atividade física está sendo difundida no mundo como um fator de proteção para a saúde dos indivíduos. Além dos benefícios já conhecidos, como a melhoria da circulação sanguínea e o aumento da disposição para as atividades diárias, ressaltam-se também os aspectos de socialização e a influência na redução de estados de ansiedade ou de estresse, o que conferem à prática da atividade física a capacidade de favorecer a melhora do bem-estar dos indivíduos praticantes.

Prevenção e Controle do Tabagismo - Desde 1989 o Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional de Câncer, articula a gestão e governança do Programa Nacional de Controle do Tabagismo no Brasil, que tem como objetivo geral reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbi-mortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco. Para tanto, ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde, junto com ações legislativas e econômicas, se potencializam para prevenir a iniciação do tabagismo, promover a cessação do tabagismo e proteger a população do risco do tabagismo passivo. As estratégias essenciais para o alcance desses resultados têm sido o fomento da rede de parcerias junto às secretarias estaduais e municipais de saúde, outros setores do Ministério da Saúde e do Governo, assim como Organizações Não Governamentais.

Redução da Morbimortalidade em Decorrência do Uso Abusivo de Álcool e Outras Drogas - A rede de serviços destinada a atender as pessoas com problemas decorrentes do consumo de álcool e outras drogas foi impulsionada pela publicação da Política do Ministério da Saúde para a Atenção Integral aos Usuários de Álcool e Outras Drogas (2003), que estabeleceu princípios como a redução de danos e prioridades para a constituição desta rede, definiu as competências para os três níveis de gestão do SUS e criou mecanismos de financiamento específicos.

Os serviços disponíveis na rede devem se guiar pela lógica da clínica ampliada, trabalhando no território e fortalecendo cada ponto da rede de atenção. Esta atuação integrada contribui para reduzir o nível de problemas relacionados ao consumo de álcool e outras drogas que são vivenciados por uma sociedade.

Redução da Morbimortalidade por Acidentes de Trânsito - A PNPS inclui a temática do trânsito, com uma agenda voltada para a prevenção e redução das lesões e mortes provocadas pelo trânsito e para a promoção da saúde e paz no trânsito. Pensar sobre o trânsito demanda, necessariamente, que se debruce sobre as cidades, o desenho e a arquitetura das mesmas e o ir e vir das pessoas. Portanto, discutir trânsito e promoção da saúde impõe uma intervenção que tenha como ponto de partida o ser humano.

Esta política prioriza as ações de mobilização e a capacitação da sociedade e dos sujeitos envolvidos, na perspectiva de que, localmente, ocorra o desenvolvimento de políticas públicas formuladas com a participação da população e sob a responsabilidade dos vários setores da sociedade voltados para promover mudanças positivas na situação atual, onde é indispensável ressaltar que os acidentes de trânsito são um problema de saúde pública que afeta todo o mundo.

Prevenção da Violência e Estímulo à Cultura de Paz - Para a UNESCO, Cultura de Paz é paz em ação; é o respeito aos direitos humanos no dia-a-dia; é um poder gerado por um triângulo interativo de paz, desenvolvimento e democracia. Enquanto cultura de vida trata de tornar diferentes indivíduos capazes de viverem juntos, de criarem um novo sentido de compartilhar, ouvir e zelar uns pelos outros, e de assumir responsabilidades por sua participação numa sociedade democrática que luta contra a pobreza e a exclusão; ao mesmo tempo em que garante igualdade política, equidade social e diversidade cultural (Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz).


 IMUNIZAÇÃO

Telefone: 3372-9474, das 07:30 às 13:30 h

As ações de vacinação são coordenadas pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, que tem como objetivo erradicar, eliminar e controlar as doenças imunopreveníveis no território brasileiro.

A vacinação é a maneira mais eficaz de evitar diversas doenças imunopreveníveis, como varíola (erradicada), poliomielite (paralisia infantil), sarampo, tuberculose, rubéola, gripe, hepatite B, febre amarela, entre outras.


Calendários de Vacinação

O calendário de vacinação brasileiro é aquele definido pelo Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI/MS) e corresponde ao conjunto de vacinas consideradas de interesse prioritário à saúde pública do país. São distribuídos gratuitamente nos postos de vacinação da rede pública. Confira, abaixo os calendários de vacinação da criança, adolescente, adulto, idoso e gestante.

calendario 0 5 anoscalendario adolescente

calendario geral

 

  • Raiva

A raiva é uma doença infecciosa viral aguda grave, que acomete mamíferos, inclusive o homem, e caracteriza-se como uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%. É causada pelo Vírus do gênero Lyssavirus, da família Rabhdoviridae.

IMPORTANTE: A raiva é de extrema importância para saúde pública, devido a sua letalidade de aproximadamente 100%, por ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano (transmitido por cão e gato) e pela existência de medidas eficientes de prevenção, como a vacinação humana e animal, a disponibilização de soro antirrábico humano, a realização de bloqueios de foco, entre outras.

Como a raiva é transmitida?

A raiva é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura, podendo ser transmitida também pela arranhadura e/ou lambedura desses animais.

Segue o calendário de pré e pós exposição

Leia mais:

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/r/raiva-1/raiva

Nota Informativa nº 26-SEI/2017-CGPNI/DEVIT/SVS/MS, de 17 de julho de 2017 



Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação (ESAVI)



A vacinação segura constitui componente prioritário do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde do Brasil, o qual procura garantir a utilização de vacinas de qualidade; aplicar, rigorosamente, as boas práticas de imunização; monitorar os eventos supostamente atribuíves à vacinação (ESAVI's) que, por ventura, possam ocorrer; além de fortalecer alianças com os meios de comunicação com mensagens claras sobre as estratégias, prioridades e segurança da vacinação.

Entende-se ESAVI qualquer ocorrência clínica indesejável em indivíduo que tenha recebido algum imunobiológico. Um evento que está temporalmente associado ao uso de uma vacina nem sempre tem relação causal com a vacina administrada. Esses eventos podem ser relacionados à composição da vacina, aos indivíduos vacinados, à técnica usada em sua administração ou a coincidências com outros agravos.

A partir de sua localização, os eventos adversos podem ser locais ou sistêmicos e, de acordo com sua intensidade, podem ser leves, moderados ou severos (graves). De acordo com o Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação, é considerado evento adverso grave aquele que:

  1. Necessite de hospitalização por pelo menos 24 horas;
  2. Gere incapacidade significativa ou persistente (sequela);
  3. Resulte em anomalias congênitas;
  4. Cause ameaça à vida (necessidade de intervenção imediata para evitar o óbito);
  5. Leve ao óbito.

Leia mais:

Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação

Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais - CRIE

A Portaria MS nº 48, de 28/07/2004, institui as diretrizes gerais para o funcionamento dos CRIE. Estes possuem os objetivos de:

  1. Facilitar o acesso da população, em especial dos portadores de imunodeficiência congênita ou adquirida e de outras condições especiais de morbidade ou exposição a situações de risco, aos imunobiológicos especiais para prevenção das doenças que são objeto do Programa Nacional de Imunizações - PNI;
  2. Garantir os mecanismos necessários para investigação, acompanhamento e elucidação dos casos de eventos adversos graves e/ou inusitados, associados temporalmente às aplicações de imunobiológicos.

As indicações para os imunobiológicos especiais estão normatizadas no Manual dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais - CRIE, do Ministério da Saúde.

Como proceder para obter os imunobiológicos do CRIE:

  1. Ser atendido por médico nas unidades de saúde ou na rede particular de atendimento (consultório particular, clínicas particulares ou hospitais particulares);
  2. O médico responsável pela assistência ao paciente deverá preencher, assinar e carimbar o formulário de solicitação de imunobiológicos;
  3. Com o formulário preenchido em mãos, o paciente deve se dirigir à unidade de Saúde para envio da solicitação ao CRIE .
  4. Aguardar resposta do CRIE pela UBS e comparecer para a vacinação quando convocado;

Leia mais:

Manual dos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais


CERTIFICADO INTERNACIONAL DE VACINAÇÃO OU PROFILAXIA - CIVP

O Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia é um documento que comprova a vacinação contra a febre amarela. É exigido por alguns países para a entrada de viajantes em seu território e emitido gratuitamente pela Anvisa, exclusivamente para pessoas que se vacinaram no Brasil.

Somente pessoas que irão viajar para países que exigem a vacinação contra a febre amarela ou fazer escala/conexão em algum desses países necessitam do CIVP. Crianças a partir de 9 meses já precisam do certificado.

O recebimento de uma dose da vacina de febre amarela é pré-requisito para a emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP). Para imprimir o certificado o cidadão deverá:

  1. Entrar na página do ConecteSUS no link: https://conectesus.saude.gov.br/home;
  2. Na aba CIDADÃO, clicar em acessar;
  3. Clicar em Entrar com o Gov.br;
  4. Digitar o CPF e confirmar;
  5. Digitar a Senha e entrar;
  6. Aceitar os termos;
  7. Clicar em Vacinas;
  8. No link CIVP, clicar em suas vacinas de febre amarela (caso não apareça essa opção, procurar uma Unidade Básica de Saúde para atualizar os dados da vacina);
  9. Clicar em Exportar documento;
  10. Imprimir seu Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia para a Vacina Febre Amarela.

Caso seja um viajante que não esteja apto, por razões médicas, para o recebimento da vacina de febre amarela, no lugar do CIVP, o mesmo deverá estar de posse de um atestado médico de inserção de vacinação, escrito em inglês ou francês além do português, Conforme modelo: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/paf/certificado-internacional-de-vacinacao/arquivos/modelo-de-atestado-de-isencao_vacina-febre-amarela.pdf, contendo, no mínimo:

  • Nome completo do viajante;
  • Data de nascimento;
  • Sexo;
  • Descrição detalhada da contraindicação da vacinação contra a febre amarela; e
  • Assinatura e carimbo do profissional médico.

Contraindicações:

  • Crianças menores de 6 (seis) meses de idade;
  • Pacientes em tratamento com imunobiológicos (Infliximabe, Etarnecepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Rituximabe, inibidores de CCR5 como Maraviroc), em pacientes que interromperam o uso dessa medicação é necessária avaliação médica para se definir o intervalo para vacinação, conforme manual dos CRIE;
  • Pacientes submetidos a transplante de órgãos sólidos;
  • Pacientes com imunodeficiências primárias graves; e,
  • Pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica).

Influenza

A gripe é uma doença causada pelo vírus da Influenza, que ocorre predominantemente nos meses mais frios do ano. Esse vírus apresenta diferentes subtipos que produzem a chamada gripe ou influenza sazonal. A gripe tem início súbito e, na maior parte dos casos, tem cura espontânea, entre 7 e 10 dias. Em algumas situações, podem ocorrer complicações como pneumonia e insuficiência respiratória, configurando um quadro denominado de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Essas complicações são mais comuns em grupos mais vulneráveis, como as pessoas com mais de 60 anos, crianças menores de 2 anos, gestantes e portadores de doenças crônicas.

Principais Sintomas

  • Febre repentina;
  • Tosse;
  • Dor de garganta;
  • Dor de cabeça;
  • Dores musculares;
  • Dores nas articulações;
  • Dores nas costas;
  • Falta de ar, cansaço;

Medidas de Prevenção

  • Lavar bem as mãos, frequentemente, com água e sabão;
  • Evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies;
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal;
  • Cobrir a boca e o nariz com o antebraço ou lenço descartável ao tossir ou espirrar;
  • Manter os ambientes arejados, com portas e janelas abertas.

Perguntas Frequentes


1. O que é a Influenza?

Também conhecida como gripe, a Influenza é uma infecção do sistema respiratório cuja principal complicação são as pneumonias, que são responsáveis por um grande número de internações hospitalares no País. A doença inicia-se com febre alta, em geral acima de 38°C, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça e tosse seca. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de 3 dias. Os sintomas respiratórios como a tosse e outros, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral por 3 a 4 dias após o desaparecimento da febre. É uma doença muito comum em todo o mundo, sendo possível uma pessoa adquirir Influenza várias vezes ao longo de sua vida. É também frequentemente confundida com outras viroses respiratórias, por isso o seu diagnóstico de certeza só é feito mediante exame laboratorial específico.

2. Resfriado e Influenza (gripe) são a mesma coisa?

Não. O resfriado geralmente é mais brando que a gripe e pode durar de 2 a 4 dias. Também apresenta sintomas relacionados ao comprometimento das vias aéreas superiores, como congestão nasal, secreção nasal (rinorréia), tosse e rouquidão. A febre é menos comum e, quando presente, é de baixa intensidade. Outros sintomas também podem estar presentes, como mal-estar, dores musculares (mialgia) e dor de cabeça (cefaléia). Assim como na Influenza, no resfriado comum também podem ocorrer complicações como otites, sinusites, bronquites e até mesmo quadros mais graves, dependendo do agente etiológico que está provocando a infecção. Os principais agentes infecciosos do resfriado comum são os Rhinovírus (com mais de 100 sorotipos), os Coronavírus, os vírus Parainfluenza (principalmente o tipo 3), o Vírus Sincicial Respiratório, os Enterovírus e o Adenovírus.

3. Existem outras doenças que podem ser confundidas com a Influenza?

Sim. Além do resfriado comum, a rinite alérgica é uma das doenças que mais se confundem com a gripe. Na rinite alérgica ocorrem sintomas como espirros, congestão e corrimento nasal. Existem 2 formas de rinite alérgica: uma sazonal (em determinadas épocas do ano) e uma que dura o ano todo, podendo ser contínua ou intermitente. A rinite alérgica não é acompanhada de febre. Porém, isso pode acontecer quando ela estiver associada a uma infecção.

4. Qual o agente causador da influenza humana?

Um vírus. São conhecidos 3 tipos de vírus da influenza: A, B e C. Esses vírus são altamente transmissíveis e podem sofrer mutações, sendo que o tipo A é mais mutável que o B e este mais mutável que o tipo C. Os tipos A e B causam maior morbidade (doença) e mortalidade (mortes) que o tipo C. Geralmente as epidemias e pandemias (epidemia em vários países) estão associadas ao vírus do tipo A. O tipo C não tem importância clínica nem epidemiológica.

5. Como a influenza humana é transmitida?

A influenza humana pode ser transmitida:

  • De forma direta, através das secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada ao falar, espirrar ou tossir;
  • De forma indireta, por meio das mãos que, após contato com superfície recentemente contaminada por secreções respiratórias de um indivíduo infectado, podem carrear o agente infeccioso diretamente para a boca, nariz e olhos.

A transmissão direta inter-humana (ou seja, de pessoa a pessoa) é a mais comum, mas já foi documentada a transmissão direta do vírus de aves e suínos para o homem.

O período que uma pessoa pode transmitir a doença (transmissibilidade) é de 2 dias antes até 5 dias após o início dos sintomas.

6. Como o vírus da influenza existe na natureza?

Os vírus existem naturalmente em diversas espécies animais, como aves, mamíferos e herbívoros. Em geral, os vírus são específicos de cada espécie animal e só raramente se observa infecção cruzada entre espécies diferentes, como da ave para o homem, por exemplo. No entanto, o porco pode se infectar tanto com vírus humanos como vírus de aves.

As aves silvestres, principalmente as migratórias, podem se infectar sem apresentar sintomas. São chamadas de reservatórios naturais do vírus e propiciam sua disseminação entre os continentes, representando um elemento importante na cadeia de transmissão da influenza aviária. No entanto, o vírus da influenza já foi identificado em diversos tipos de aves, inclusive as aves domésticas.

7. Como o vírus influenza das aves pode causar doença humana?

Os vírus influenza estão presentes nas fezes, sangue e secreções respiratórias das aves infectadas. Desse modo, a contaminação humana pode ocorrer pelo contato direto com as aves infectadas por meio de inalação dessas secreções (inclusive durante a limpeza e manutenção nos aviários ou criadouros sem os cuidados necessários de proteção) ou durante o abate ou manuseio das aves infectadas.

8. Quais são os sintomas da influenza humana?

Os primeiros sintomas costumam aparecer cerca de 24 horas depois do contágio, e podem ser:

  • Febre (geralmente acima de 38°C);
  • Dor de cabeça (cefaléia);
  • Dor nos músculos (mialgia);
  • Calafrios;
  • Prostração (fraqueza);
  • Tosse seca;
  • Dor de garganta (amigdalite);
  • Espirros e coriza;
  • Podem apresentar ainda pele quente e úmida, olhos hiperemiados (avermelhados) e lacrimejantes. As crianças podem apresentar também febre mais alta, aumento de linfonodos cervicais (ganglios no pescoço), diarréia e vômitos.

9. A influenza humana é uma doença grave?

Geralmente a influenza é uma infecção auto-limitada, ou seja, evolui para cura completa devido à reação do próprio organismo humano à ação do vírus. No entanto, a influenza pode causar doença grave em idosos, pessoas portadoras de doenças crônicas (como diabetes, câncer, doenças crônicas do coração, dos pulmões e dos rins), pessoas imunodeprimidas, gestantes no 2º e 3º trimestres de gravidez e recém-nascidos. Essas pessoas são consideradas grupos de maior risco para apresentar complicações da influenza, como a pneumonia, e podem precisar de atenção hospitalar quando adoecem.

10. Existe vacina para prevenir a influenza humana ou suas complicações?

Sim. O Ministério da Saúde, a partir de 1999, vem realizando campanhas anuais de vacinação contra a influenza para os idosos com idade a partir de 60 anos, geralmente no mês de abril. Esta vacina faz parte do calendário de vacinação da população indígena e também é disponibilizada nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (CRIE) de cada Estado, para uso dos indivíduos que pertencem aos grupos de risco acima apontados.

A composição da vacina varia a cada ano, de acordo com os tipos de vírus da influenza que estão circulando de forma predominante nos hemisférios norte e sul.

11. Qualquer pessoa pode tomar a vacina contra a influenza?

Sim. A partir dos 6 meses de idade e desde que não tenha alergia a ovo (uma vez que esta vacina é produzida em ovos de galinha). No entanto, a política de vacinação contra a influenza atualmente adotada pelo Ministério da Saúde é direcionada para os grupos de maior risco de desenvolver as formas graves e complicações da doença.

12. Qual a duração da proteção conferida pela vacina contra a influenza?

A vacina protege por um ano. Entretanto, o vírus da gripe é capaz de mudar suas características com muita frequência. Por isso, a cada ano é necessário que se tome uma nova vacina.

13. Pode-se ter gripe mesmo estando vacinado contra influenza?

Sim. Porque a vacina protege contra os 3 tipos de vírus que anualmente fazem parte da sua composição e porque, entre os idosos, sua proteção não é de 100%. Mesmo assim, a vacinação diminui a gravidade da gripe e, portanto, as chances de complicações e óbitos.

14. A vacina contra influenza pode provocar reações?

Sim. Mas as reações são geralmente leves. As mais comuns são: dor, vermelhidão e enduração no local de aplicação, que ocorrem nas primeiras 72 horas após a vacinação. A febre como reação adversa à vacina ocorre em menos de 1% dos casos e reações alérgicas graves (anafilaxia) não são comuns. Acredita-se que as reações estejam associados aos componentes vacinais, principalmente à proteína do ovo de galinha (que é utilizado na produção da vacina). É essencial que as pessoas que tenham história de alergia a alguma vacina, ao ovo ou a proteínas de galinha, informem ao profissional de saúde antes de receber a vacina. Raramente ocorre dor em trajetos de nervos (neuralgia), sensação de dormência (parestesia) e fraqueza muscular.

15. Quais são os benefícios da vacina contra influenza?

  1. Proteção contra o vírus da influenza ou gripe e contra as complicações da doença, principalmente as pneumonias bacterianas secundárias;
  2. Estudos recentes indicam que a vacina também pode proteger contra infarto e derrame.

16. Existem medicamentos disponíveis para prevenção e tratamento da influenza humana?

Sim. Apesar de o tratamento da influenza não complicada ser realizado com medicações sintomáticas, repouso, hidratação e alimentação leve, nas situações em que há indicação médica podem ser utilizadas 2 classes de drogas, os bloqueadores do canal M2 de envelope viral (amantadina e rimantadina) ou os inibidores da neuraminidase (oseltamivir e zanimivir). Há vantagens e desvantagens no uso de ambos os grupos de drogas, que devem ser avaliados pelo médico que fará as prescrições, quando necessário.

Obs.: Devido ao risco de aparecimento de algumas reações graves, é importante evitar o uso de ácido acetilsalisílico na vigência de quadros de influenza.

17. Existe tratamento para as complicações da influenza?

Sim. As principais complicações são as infecções bacterianas secundárias, principalmente as pneumonias. Em caso de complicações, o tratamento será específico, geralmente com antimicrobianos (antibióticos). Para tanto, é fundamental procurar atendimento nas unidades de saúde.

18. O que a população pode fazer para evitar a influenza?

Como medida geral de prevenção e controle de doenças de transmissão respiratória, recomenda-se:

a) População em geral:

  • Higiene das mãos com água e sabão (depois de tossir ou espirrar; depois de usar o banheiro, antes de comer, antes de tocar os olhos, boca e nariz);
  • Evitar tocar os olhos, nariz ou boca após contato com superfícies;
  • Usar lenço de papel descartável;
  • Proteger com lenços a boca e nariz ao tossir ou espirrar, para evitar disseminação de aerossóis;
  • Orientar para que o doente evite sair de casa enquanto estiver em período de transmissão da doença (até 5 dias após o início dos sintomas);
  • Evitar aglomerações e ambientes fechados (deve-se manter os ambientes ventilados);
  • É importante que o ambiente doméstico seja arejado e receba a luz solar, pois estas medidas ajudam a eliminar os possíveis agentes das infecções respiratórias;
  • Restrição do ambiente de trabalho para evitar disseminação;
  • Hábitos saudáveis, como alimentação balanceada, ingestão de líquidos e atividade física.

b) Cuidados no manejo de crianças em creches:

  • Encorajar cuidadores e crianças a lavar as mãos e os brinquedos com água e sabão quando estiverem visivelmente sujas;
  • Encorajar os cuidadores a lavar as mãos após contato com secreções nasais e orais das crianças, principalmente quando a criança está com suspeita de síndrome gripal;
  • Orientar os cuidadores a observar se há crianças com tosse, febre e dor de garganta, principalmente quando há notificação de surto de síndrome gripal na cidade; os cuidadores devem informar os pais quando a criança apresentar os sintomas citados acima;
  • Evitar o contato da criança doente com as outras. Recomenda-se que a criança doente fique em casa, a fim de evitar a transmissão da doença;
  • Orientar os cuidadores e responsáveis pela creche que notifiquem a secretaria de saúde municipal caso observem um aumento do número de crianças doentes com síndrome gripal ou com absenteísmo pela mesma causa na creche.

c) Medidas específicas em situação de epidemia de influenza:

  • Pessoas com condições clínicas graves da infecção ou suas complicações (pneumonia viral primária ou bacteriana, por exemplo), recomenda-se procurar tratamento médico-hospitalar. Para esses locais, recomenda-se a adoção estrita de medidas de biossegurança, conforme as orientações técnicas do Ministério da Saúde;
  • Restringir visitas ao paciente, principalmente no período de transmissibilidade da doença (até 5 dias após o início dos sintomas);
  • Colocar máscaras no paciente, se possível, quando o mesmo for transportado;
  • Avaliar a necessidade de suspensão temporária das atividades coletivas do grupo etário de crianças e pré-escolares, como forma de reduzir a transmissão ampliada da doença na comunidade;
  • Cuidados adicionais com gestantes (2º e 3º trimestres) e bebês para evitar infecções secundárias (pneumonia), e parturientes para evitar transmitir a doença para o bebê. O gestante:
    • Buscar o serviço de saúde caso apresente sintomas de síndrome gripal;
    • Na internação para o trabalho de parto, priorizar o isolamento se a mesma estiver com diagnóstico de influenza;
  • O parturiente:
    • Após o nascimento do bebê, se a mãe estiver doente, usar máscara e lavar bem as mãos com água e sabão antes de amamentar e após manipular suas secreções; estas medidas devem ser seguidas até 7 dias após o início dos sintomas da mãe;
    • A parturiente deve evitar tossir ou espirrar próximo ao bebê;
  • O bebê:
    • Priorizar o isolamento em berçários;
    • Os profissionais e mães devem lavar bem as mãos e outros utensílios (mamadeiras, termômetros, etc.).

Além dessas recomendações, outras medidas de controle e prevenção poderão ser adotadas, de acordo com a gravidade, extensão geográfica e magnitude do surto.

19. Que cuidados devem tomar as pessoas que viajarem para um país onde estão ocorrendo casos de influenza aviária?

  • Evitar contato com aves em granjas e mercados públicos;
  • Evitar ingerir alimentos de origem animal (principalmente aves e suínos) crus ou de procedência duvidosa;
  • Evitar locais fechados com grande concentração de pessoas;
  • Manter cuidados básicos com a higiene pessoal, como lavar sempre as mãos antes de se alimentar ou levar a mão ao rosto;
  • Procurar imediatamente o serviço de saúde caso venha a apresentar sintomas como os já citados acima.

Protocolos e Links de Interesse


 Sistemas de Informação em Saúde

Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM

O Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM, foi criado pelo Ministério da Saúde em 1975 para a obtenção regular de dados sobre mortalidade no país. A partir da criação do SIM foi possível a captação de dados sobre mortalidade, de forma abrangente e confiável, para subsidiar as diversas esferas de gestão na saúde pública. Com base nessas informações é possível realizar análises de situação, planejamento e avaliação das ações e programas na área.

O SIM proporciona a produção de estatísticas de mortalidade e a construção dos principais indicadores de saúde. A análise dessas informações permite estudos não apenas do ponto de vista estatístico e epidemiológico, mas também socio-demográficos.

Manual de Instruções para o Preenchimento da Declaração de Óbito


Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC

O Ministério da Saúde implantou o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC, em 1990, com o objetivo de reunir informações epidemiológicas referentes aos nascimentos informados em todo território nacional. Sua implantação ocorreu de forma lenta e gradual em todas as unidades da Federação e em muitos município já apresenta um número de registros maior do que o publicado pelo IBGE, com base nos dados de Cartórios de Registro Civil.

Por intermédio desses registros é possível subsidiar as intervenções relacionadas à saúde da mulher e da criança para todos os níveis do Sistema Único de Saúde - SUS, como ações de atenção à gestante e ao recém-nascido. O SINASC propicia um aporte significativo de dados sobre nascidos vivos, com suas características mais importantes, como sexo, local onde ocorreu o nascimento, tipo de parto e peso ao nascer, entre outras.

O acompanhamento da evolução das séries históricas do SINASC permite a identificação de prioridades de intervenção, o que contribui para a efetiva melhoria do sistema.

Declaração de Nascido Vivo - DNV

O documento para entrada do sistema é a Declaração de Nascido Vivo - DNV. É um documento padronizado pelo Ministério da Saúde, pré-numerado e apresentado em três vias de cores distintas.

A DNV deve ser preenchida, em todo o território nacional, para todos os nascidos vivos:

  1. Nas unidades de internação ou de emergência dos estabelecimentos de saúde;
  2. Fora dos estabelecimentos de saúde, mas que neles venham a receber assistência imediata;
  3. Em domicílios ou em outros locais.

Em caso de gestação múltipla (dois ou mais nascidos vivos), deve ser preenchida uma DNV para cada produto da gestação.

Para os nascidos mortos, em qualquer tipo de gestação, deve ser preenchida apenas a Declaração de Óbito - DO, com a anotação de que se trata de um óbito fetal.

A DNV pode ser preenchida por médico, por membro da equipe de enfermagem da sala de parto ou do berçário, ou por outra pessoa previamente treinada para tal fim. Não é obrigatória a assinatura do médico responsável pelo recém-nascido.

Definição de Nascido Vivo

Segundo a Organização Mundial de Saúde - OMS, Nascido Vivo é a expulsão ou extração completa do corpo da mãe, independentemente da duração da gravidez, de um produto de concepção que, depois da separação, respire ou apresente qualquer outro sinal de vida, tal como batimentos do coração, pulsações do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos de contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não desprendida da placenta. Cada produto de um nascimento que reúna essas condições se considera como uma criança viva. No caso de gravidez múltipla, deve ser preenchida uma DNV para cada produto da gestação, ou seja, para cada nascido vivo.

Manual de Instruções para o Preenchimento da Declaração de Nascido Vivo

Portarias Relacionadas

Portaria MS nº 1.119/2008
Portaria MS nº 116/2009
Portaria MS nº 72/2010


Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN

O Sistema de Informação de Agravos de Notificação - SINAN, é alimentado, principalmente, pela notificação e investigação de casos de doenças e agravos que constam da lista nacional de doenças de notificação compulsória (Portaria GM/MS nº 2.472, de 31 de agosto de 2010).

Sua utilização efetiva permite a realização do diagnóstico dinâmico da ocorrência de um evento na população; podendo fornecer subsídios para explicações causais dos agravos de notificação compulsória, além de vir a indicar riscos aos quais as pessoas estão sujeitas, contribuindo, assim, para a identificação da realidade epidemiológica de determinada área geográfica.

O seu uso sistemático, de forma descentralizada, contribui para a democratização da informação, permitindo que todos os profissionais de saúde tenham acesso à informação e as tornem disponíveis para a comunidade. É, portanto, um instrumento relevante para auxiliar o planejamento da saúde, definir prioridades de intervenção, além de permitir que seja avaliado o impacto das intervenções.

A Ficha Individual de Notificação (FIN) é preenchida pelas unidades assistenciais para cada paciente quando da suspeita da ocorrência de problema de saúde de notificação compulsória ou de interesse nacional, estadual ou municipal. Este instrumento deve ser encaminhado aos serviços responsáveis pela informação e/ou vigilância epidemiológica das secretarias municipais, que devem repassar semanalmente os arquivos em meio magnético para as Secretarias Estaduais de Saúde (SES). A comunicação das SES com a Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS deverá ocorrer quinzenalmente, de acordo com o cronograma definido pela SVS no início de cada ano.

Caso os municípios não alimentem o banco de dados do SINAN por 2 meses consecutivos, são suspensos os recursos do Piso de Assistência Básica - PAB, conforme Portaria GM/MS nº 1882, de 16 de dezembro de 1997.

Além da Ficha Individual de Notificação - FIN, e da notificação negativa, o sistema ainda disponibiliza a Ficha Individual de Investigação - FII, que é um roteiro de investigação que possibilita a identificação da fonte de infecção e os mecanismos de transmissão da doença.

Portaria GM/MS nº 1.882/1997
Portaria GM/MS nº 2.472/2010

 


 Dengue

A Dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.

O vírus causador da doença possui 4 sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.

Existem 2 formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, dor no corpo, dor nas articulações e dor por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença pois, além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e consequências como a morte.


Sobre o mosquito Aedes aegypti

É um mosquito rajado, geralmente escuro, com manchas brancas pelo corpo. Sua característica é a presença de um desenho prateado na parte dorsal do tórax. Ele pica sua vítima durante o dia.

A fêmea alimenta-se de sangue e deposita os ovos próximos à superfície da água e nas paredes dos recipientes (vasos, brinquedos, pneus, garrafas, latas, aquários, etc.).

Desova várias vezes durante seu ciclo de vida, como também suga o sangue das pessoas a cada desova. O mosquito voa do local que a desova numa distância de 100 a 200 metros. Mas também pode acompanhas as pessoas em seus deslocamentos, aumentando assim o alastramento da doença.

O mosquito contaminado permanece com o vírus durante a vida. O tempo médio que vive é de 30 a 45 dias, mas os ovos permanecem vivos até 450 dias.


Clique aqui e veja como prevenir a Dengue.


Disque-Dengue

Qualquer pessoa pode denunciar a presença de mosquitos e/ou recipientes com água parada em locais públicos ou em imóveis abandonados. Basta ligar para o número abaixo. O serviço funciona de segunda à sexta-feira, das 08h00 às 17h00.

0800-4001893


 Perfil Epidemiológico

O Perfil Epidemiológico, elaborado pela Gerência de Vigilância Epidemiológica da Diretoria de Vigilância em Saúde do município de Londrina, cumpre o papel de informar e atualizar os profissionais e dirigentes sobre as informações referentes às doenças e agravos de notificação compulsória no município.

A publicação do Perfil Epidemiológico sistematiza as informações coletadas no Sistema Nacional de Agravos de Notificação – SINAN, oferecendo subsídio aos gestores, profissionais e técnicos de saúde pública nas ações de planejamento, promoção, prevenção e enfrentamento aos agravos de saúde da população, para o fortalecimento das Redes de Atenção em Saúde. Esta rede contempla desde Unidades de Atenção

Primária em Saúde, incluindo os pontos de Atenção Secundária ambulatorial e hospitalar, envolvendo os serviços de apoio diagnóstico e até as unidades de referência terciária em alta complexidade.
Ressaltamos que as informações consolidadas neste documento são oriundas do contexto de saúde dos residentes no município, nos registros procedentes dos estabelecimentos de saúde, sejam eles vinculados ou não ao Sistema Único de Saúde, o que representa a totalidade dos casos notificados.

Secretaria Municipal de Saúde



Informe Epidemiológico 01/2022

Informe Epidemiológico 02/2022

Informe Epidemiológico 03/2022

Informe Epidemiológico 04/2022

 

Informe Epidemiológico 01/2023

Informe Epidemiológico 02/2023

Informe Epidemiológico 03/2023

Informe Epidemiológico 04/2023

Informe Epidemiológico 05/2023

Informe Epidemiológico 06/2023

Informe Epidemiológico 07/2023

Informe Epidemiológico 08/2023

Informe Epidemiológico 09/2023

Informe Epidemiológico 10/2023

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