Município divulga novo boletim sobre a dengue e coronavírus
Só em 2020, Londrina atingiu 6.506 casos positivos de dengue; nove pacientes são monitorados por suspeita de coronavírus
A Secretaria Municipal de Saúde divulgou novo boletim epidemiológico sobre a situação da dengue em Londrina. O relatório desta quinta-feira (12) revelou que, nas últimas 11 semanas, a cidade registrou 10.656 notificações por suspeita da doença, com 6.506 casos positivos. Embora as notificações apresentem um ritmo de progressão mais lento, se comparado com janeiro e fevereiro, os números ainda classificam a cidade em situação de alerta epidemiológico.
Durante entrevista coletiva, o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, explicou que o boletim apresenta as últimas atualizações, mas ainda há notificações e dados sobre os casos de dengue a serem computados no banco de dados do Município.
Machado destacou que, apesar do relatório não apontar uma redução dos casos de dengue, é possível observar os efeitos das ações de combate realizadas pela Prefeitura. “Em relação às semanas anteriores, este boletim traz uma diminuição e, em especial, mostra resultados positivos nas regiões onde nós fizemos os mutirões. Como, por exemplo, no Novo Amparo, onde houve uma redução significativa de notificações e casos confirmados na região, fruto deste trabalho. Em relação aos atendimentos dos pacientes, também temos um indicador positivo, pois nos últimos dez dias observamos uma redução da busca por atendimento nas unidades de saúde. Vamos continuar monitorando este processo, e manter todas as atividades e ações da Prefeitura. Temos que nos manter vigilantes e atentos”, frisou.
Dentre as notificações de dengue em 2020, 3.324 casos já foram descartados. Outros 826 estão em andamento, aguardando o resultado de exames laboratoriais. Para atender os pacientes com confirmação ou suspeita da doença, a Prefeitura lançou, na última segunda-feira (9), o Centro Especializado de Atendimento para Dengue, na região norte. Com funcionamento de domingo a sábado, das 7 da manhã a uma da madrugada, a unidade pode atender até 400 pacientes por dia, e sua equipe de profissionais de saúde abrange funcionários contratados temporariamente pela Prefeitura. Nos dois primeiros dias, cerca de mil pessoas receberam atendimento nesta unidade, que fica na Rua Luiz Brugin, esquina com a Avenida Saul Elkind, no prédio do CCI Norte.
Outra medida recém implementada pelo Município é a penalidade aos responsáveis por imóveis, sejam residenciais ou não, que possuam focos do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. Por meio do decreto municipal, são previstas aplicações de advertência, multa e interdição de imóveis comerciais.
Desde que o decreto entrou em vigor, na última sexta-feira (6), não houve registro de aplicações das penalidades. “Não tivemos necessidade de aplicar este processo, que é novo para os agentes de Combate às Endemias, e estamos tomando todo o cuidado que um processo de sanção requer. Fizemos capacitação destes profissionais, tiramos dúvidas, para que a gente não incorra em nenhum equívoco dentro deste processo”, disse Machado.
Mutirão Bota Fora – E neste sábado (14), o Mutirão Bota Fora Unidos Contra a Dengue, coordenado por várias secretarias e órgãos municipais, estará no Conjunto Parigot de Souza 2. Os moradores serão comunicados pelos agentes de Combate às Endemias, para que separem os materiais, objetos, eletrodomésticos, móveis e outros rejeitos que queiram descartar. No sábado (15), os caminhões do Bota Fora passarão pelas ruas recolhendo estes itens.
Além do recolhimento de rejeitos, o mutirão contará com vistorias de imóveis, orientações para a comunidade, limpeza de áreas públicas e, caso as condições climáticas sejam favoráveis, aplicação de inseticida com uso de bomba costal. “Contamos sempre com a participação e colaboração de toda população para nos auxiliar, haja vista que 90% dos focos estão dentro das nossas casas, empresas e terrenos”, frisou o secretário de Saúde.
Coronavírus – A respeito das notificações de coronavírus, Londrina registrou mais três casos suspeitos da doença, com quadro estável e sem gravidade. Somados aos outros seis em andamento, e três casos descartados nesta semana, Londrina totaliza 12 notificações, sem nenhum caso positivo até o momento.
Das novas notificações, um paciente, de 15 anos, retornou de viagem aos Estados Unidos, e apresentou sintomas de infecção respiratória e febre. Os demais, um casal de 33 e 28 anos, tiveram contato com pessoa que esteve no exterior e, na sequência, também manifestaram febre e sintomas respiratórios. Os três casos realizaram coleta de exames e aguardam o resultado laboratorial, estão em isolamento domiciliar e são monitorados diariamente pela Diretoria de Vigilância em Saúde do Município.
Em relação à Portaria n° 356/2020, publicada pelo Ministério da Saúde na quarta-feira (11), a Secretaria Municipal de Saúde está elaborando um decreto para normatizar, no âmbito do Município, as medidas de enfrentamento aos casos de coronavírus. A Portaria do MS aborda as possibilidades de quarentena, isolamento, requisição de bens e serviços, define laboratórios de referência para validação de resultados, entre outras questões. A expectativa é que o decreto seja publicado pelo Município nos próximos dias.
A diretora de Vigilância em Saúde, Sônia Fernandes, explicou que as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e de Pronto Atendimento possuem um protocolo em vigor para assistência dos pacientes com suspeita de contágio pelo Novo Coronavírus (COVID-19) e outras infecções transmissíveis. “A orientação é que toda pessoa que não estiver bem, sentindo alguma alteração de saúde, deve procurar uma unidade para avaliação médica e receber o tratamento necessário. Quem estiver bem e sem sintomas, mas passou por locais onde o vírus circula ou teve contato com pessoas que podem ter coronavírus, não precisa procurar pelo atendimento médico”, detalhou.
Além do critério epidemiológico, que é ter estado em países monitorados pelo Ministério da Saúde para o COVID-19, ou contato com pessoas que estiveram neste locais, a suspeita de coronavírus depende também dos sintomas clínicos. São eles: febre, dificuldade para respirar, tosse, coriza, dor de garganta e outras características típicas das infecções respiratórias, como a gripe.
Em caso de suspeita, o paciente pode se dirigir até a UBS ou Pronto Atendimento e informar, na recepção, os seus sintomas. “Pedimos que essa pessoa informe se apresenta problemas respiratórias, para que possa receber a máscara e ser instruída sobre o uso. E, se for necessário, ela poderá aguardar reservadamente, em um local específico para atendimentos destes pacientes”, informou a diretora.
Fotos: Emerson Dias