Castramóvel começa a funcionar em Londrina
Durante a manhã desta sexta-feira, mais de 50 cadastros de animais já haviam sido registrados para a castração, vacinação e microchipagem
Começou a funcionar, na manhã desta sexta-feira (6), o Castramóvel: Programa Municipal de Controle Populacional de Cães e Gatos. Para apresentá-lo à comunidade, o prefeito Marcelo Belinati e o secretário de Saúde, Felippe Machado, estiveram na Praça do Conjunto Aquiles Stenguel, na Avenida Saul Elkind, zona norte de Londrina.
No local, os interessados puderam conhecer o trailer personalizado onde são realizados os atendimentos dos animais. Ele incluí a estrutura física para a realização dos serviços de esterilização de machos e fêmeas, chipagem e a vacinação dos cães e de gatos. Dois veterinários e dois auxiliares já estão atuando no serviço, que tem a capacidade de realizar 40 atendimentos por dia, porém inicialmente começará com a execução de 20 agendamentos diários.
O prefeito de Londrina lembrou que antes de sua administração, o Município contava apenas com os trabalho de esterilização de cães e gatos realizados pelos protetores de animais e pelas organizações não governamentais. Isso porque, a cidade não contava com uma política pública estruturada para esse segmento. Por isso, atualmente, estima-se que existam 60 mil animais de rua em Londrina.
Além disso, de acordo com o censo animal, realizado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), entre 2014 e 2015, em Londrina havia uma população de 192 mil cachorros, o que equivale a um cão para cada quatro habitantes. Incluindo os gatos, o número saltou para 220 mil. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), o recomendável é um cão para cada sete pessoas.
“É uma questão de amor aos animais, mas principalmente de saúde pública. Londrina, ao longo dos anos, não construiu uma política pública nessa área. Nós, desde quando assumimos, estamos criando uma, com Conselho Municipal de Proteção e Defesa Animal, Fundo de Proteção aos Animais, Castromóvel e estamos concluindo o projeto estrutural do Centro de Bem-Estar Animal, para ainda neste ano darmos início à licitação das obras”, disse o prefeito.
Segundo o secretário de Saúde, o serviço atenderá as famílias que recebem até três salários mínimos, o que representa uma renda de pouco mais de R$ 3 mil mensais. Por isso, neste primeiro momento, os animais de rua não serão castrados, pois estão sendo cadastrados apenas aqueles semi-domesticados, que são os animais que vivem nas ruas de determinado bairro, mas recebem alimento e cuidados dos moradores da vizinhança.
Assim, os profissionais da saúde fazem uma busca ativa nos bairros em que o veículo do Castramóvel estará estacionado, ou seja, cadastram os moradores responsáveis pelos cuidados pós-cirúrgicos dos animais cadastrados para a castração. “O objetivo é percorrer todos os bairros da cidade em que o Castramóvel estará fazendo a busca ativa. Aqueles que se enquadrarem nos critérios de seleção do programa terão uma requisição para que no dia em que o Castramóvel estiver no seu bairro, a pessoa poderá levar seus animais de estimação para a castração, vacinação, remédios do pós-operatório e para a chipagem para o controle da população animal”, explicou Machado.
Os beneficiários diretos e indiretos desse programa municipal são as famílias em situação de vulnerabilidade social, acumuladores de animais, protetores voluntários e Organizações Não Governamentais. Para isso, a Prefeitura investiu cerca de R$ 100 mil na aquisição do trailer do Castramóvel, mais R$ 1 milhão que serão repassados à Clínica Veterinária Clinicão, que executará o serviço pelos próximos 12 meses, conforme contratado por meio do processo licitatório.
Quando os animais domésticos, como cães e gatos, ficam soltos fora de seus domicílios, acontece a multiplicação involuntária destes bichos, que podem enfrentar situação de abandono ou maus-tratos, sem os cuidados mínimos necessários com alimentação e higiene. Além disso, eles podem adquirir e transmitir zoonoses, como raiva, giardíase e outras.
A vereadora envolvida com a causa animal, Daniele Ziober, explicou que a iniciativa é um exemplo de política para prevenir o crescimento da população animal sem controle. “É um projeto de controle de natalidade, que vem sendo instaurado em várias cidades do Brasil e é um dos projetos mais rápidos para o controle dos animais e não abandono de gerações futuras, o que é realmente muito importante e algo que a gente nunca teve na nossa cidade”, ressaltou.
Além da castração, o projeto prevê ainda campanhas educativas para a conscientização sobre a guarda responsável e o bem-estar animal. Os valores dos atendimentos variam conforme a espécie, peso e gênero dos animais, na faixa de R$ 100,00 a R$ 192,00. Estes valores incluem todas as despesas com materiais, insumos e mão de obra para o serviço.
Texto: Ana Paula Hedler e Juliana Gonçalves
Fotos: Vivian Honorato