Londrina confirma mais de 650 casos de dengue em sete semanas
Boletim divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde apontou que, desde 1° de janeiro, foram registradas 5.830 notificações de suspeita da doença
Foi divulgado, nesta quinta-feira (13), novo boletim sobre a situação da dengue em Londrina. De acordo com o relatório elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde, desde o dia 1º de janeiro a cidade registrou 5.830 notificações de casos suspeitos de dengue. São 1.467 notificações a mais em relação ao boletim da semana anterior. Nesta semana, foram confirmados mais 261 casos de dengue, totalizando 652 pessoas com a doença só este ano, e 292 já foram descartados.
Prosseguem em andamento outros 4.410 casos, aguardando o resultado de exames. Também estão sendo investigados quatro óbitos, de pessoas residentes em Londrina, com suspeita de terem a dengue como causa principal do falecimento.
Em entrevista coletiva, o secretário municipal de Saúde, Felippe Machado, explicou que, levando em consideração os números dos demais municípios paranaenses, Londrina, que é a segunda maior cidade do estado, poderia estar com muitos mais casos positivos de dengue. “Todos os indicadores mostram que esse é um período crítico e que deve durar mais alguns meses. Mas as ações realizadas pela Prefeitura de Londrina servem para frear esse aumento, que poderia ser muito maior, se observarmos o contexto epidemiológico que estamos vivendo da dengue no Brasil e no Paraná”, citou.
Para conter a proliferação do vetor da dengue, que é o mosquito Aedes aegypti, o trabalho da Prefeitura envolve desde limpeza de áreas públicas a aplicação de inseticida, retomada na quarta-feira (12) no Jardim Alpes, além de mais vistoria nas casas e estabelecimentos comerciais em busca dos focos. “Continuamos com todas as ações planejadas de combate do vetor, que são os mutirões feitos pela Prefeitura com uma grande força de trabalho. E neste sábado estaremos na Vila Romana. Os agentes de Endemias também têm percorrido todos os bairros da cidade, com foco direcionado baseado em dados técnicos, e começamos a fazer utilização da bomba costal com inseticida, que é uma ferramenta importante para combate do vetor”, detalhou Machado.
Protocolo - Com o objetivo de oferecer assistência de saúde de forma ainda mais ágil aos pacientes com suspeita de dengue, um grupo de trabalho composto por representantes da Secretaria Municipal de Saúde e 17ª Regional estão desenvolvendo um protocolo padrão de atendimento, que será encaminhado e proposto aos serviços da rede pública e privada. “Também ampliamos nossas escalas médicas, abrimos unidade básica de saúde aos sábados, estendemos horários durante a semana, e estamos criando novos fluxos junto com os hospitais de Londrina que são vinculados ao SUS, para garantir um atendimento cada vez mais adequado à população”, acrescentou o secretário.
O primeiro Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2020, feito em janeiro, indicou que a cidade está em situação de risco de epidemia, conforme classificação do Ministério da Saúde. Com a maioria dos focos do mosquito encontrado em imóveis comerciais, residenciais e terrenos baldios, a recomendação é para que a comunidade se envolva na luta contra o Aedes.
Machado considera que, com a participação dos londrinenses, é possível reverter o quadro atual que a dengue apresenta na cidade. “O mais importante é que, enquanto cidadão, a gente possa voltar todas as ações para nossos quintais. Os dados mostram de forma muito clara que 97% dos focos estão dentro dos quintais, terrenos ou no descarte irregular feito pelo cidadão. Se a população tiver esse entendimento, e ainda há tempo para isso, não tenho dúvida de que conseguiremos vencer essa guerra”, apontou.
A diretora de Vigilância em Saúde do Município, Sônia Fernandes, complementou que o sorotipo 2 do vírus da dengue tem mais probabilidade de levar a graves complicações, inclusive óbito, e que este sorotipo está em circulação em Londrina. “Ele causa casos mais graves e agressivos, e pode estar relacionado aos casos de óbitos que estão sendo investigados e analisados pela comissão responsável. Mas, não deveria ser necessário confirmar algum óbito para que a população fique alerta. O sofrimento das pessoas com dengue, mais a sobrecarga dos serviços de saúde, deveriam fazer com que a população tome cuidado, mude sua mentalidade, e faça a limpeza de seus terrenos e imóveis, para não deixar que mais pessoas tenham dengue”, frisou.
Horário diferenciado – Para atendimento exclusivo dos pacientes com suspeita ou confirmação de dengue, as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do Parigot de Souza e da Vila Casoni estarão abertas aos sábados, das 7 às 19 horas. E de segunda a sexta-feira, a UBS da Vila Ricardo oferece atendimento exclusivo para dengue, em horário estendido até as 23 horas.
Bota Fora – No sábado (13), a partir das 8 horas, o mutirão de limpeza “Bota Fora Unidos Contra a Dengue” vai percorrer o Residencial Vila Romana e bairros próximos, como o Lindóia, situados na região leste de Londrina. Agentes de Endemias irão informar a comunidade com antecedência, para que retirem todos os lixos, objeto e entulhos que precisam ser descartados, e que serão recolhidos a partir de sábado (13) pelos caminhões do Bota Fora.
O mutirão é uma ação que envolve as secretarias municipais de Saúde, Assistência Social, Ambiente, Obras e Pavimentação, a CMTU, ACESF, Fundação de Esportes de Londrina e COHAB-LD. Participam também entidades e associações da sociedade civil.
Fotos: Secretaria Municipal de Saúde